
Apesar do ar circunspecto, tinha um humor refinado, a caminho do britânico. Era trotskista e boémio, não acreditava no amor platónico, declamava poesia como ninguém, adorava a capa e, com isto tudo, ganhou a alcunha de “o Sábio”, pois, apesar da sua estranheza, era um gajo tido em consideração por todos os elementos da tuna, até hoje.
Um dos seus episódios mais caricatos deu-se numa saída da tuna, quando foi dormir a casa de outro elemento nosso. Este havia deixado uma cama feita para o Serafim dormir, com lençóis lavados e passados como manda a boa hospitalidade.
Ao chegar a casa do amigo, depois de uma boa noite de boémia, o Sábio – ao deparar-se com a cama feita – vira-se para o hospedeiro e profere quase declamando: “Quem tem capa sempre escapa!”.
Dito e feito. Enrolou-se na capa, deitou-se no chão, e assim dormiu consoladamente toda a noite…
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
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