terça-feira, 1 de julho de 2008

Motivações da estudantada que aparece a querer ir para a tuna mesmo sem fazer puto de ideia do que é uma dita


Nestes anos que levo de tuna, uma das coisas de que não me aparto é do meu espírito de observação e de uma vontade de crítica e autocrítica assim para o agridoce.

Um aspecto interessante das pessoas que chegam às tunas tem que ver com a sua motivação para tentar integrar um grupo deste género. Temos de tudo um pouco como na farmácia. E por vezes aparece-nos gente com várias destas motivações cruzadas.

Ora bem.
Temos o “porque é fixe”.
Temos o “porque gosto de música”, mesmo uivando como um lobo esfaimado e achando que percebe muito da coisa pois tem uma colecção de mais de 500 CD.
Temos os que querem arranjar desculpas para não serem naftalinosos.
Temos os que pensam que, pondo o traje em cima, ficam com um carisma que só lhes escapa a boazona do bairro e porque é fufa! Mas, mesmo assim…
Temos um clássico, dentro do género suburbano ou serrano, que apenas pretende… emborcar. Vale tudo desde que se mamem umas minis à borlix e se comam uns tremoços. Estes costumam acabar por preferir ficar no bar da faculdade a jogar às cartas e a emborrachar-se, pois sempre dá menos trabalho.
Temos, ainda, os que procuram o encantamento da vida académica plena. Às vezes têm sorte e lá lhes calha uma tuna tuna.
Temos os que querem simplesmente viajar, mesmo que em nada contribuam para o bem comum. Também se costumam inscrever no grupo de danças populares, no côro, no desporto universitário e no núcleo de estudantes africanos, mesmo tendo ascendentes luxemburgueses (desde que dê viagens de graça).
Temos, também, a malta que tem uma fixação pela pandeireta. Normalmente, isto nota-se mais nas mulheres, tanto das tunas mistas como femininas. Chegam e querem ir tocar pandeireta, pois parece fácil e dá-se uns saltos na boca de cena…
Temos os que querem aprender a tocar um instrumento. Destes, poucos se aguentam quando percebem que têm de investir muito tempo e dedicação à “causa” da aprendizagem e do treino.
E por fim, temos os famosos “porque sim”. Ahhh. Argumentos sólidos! E ainda falam de iliteracia.

Estou, claro está, a caricaturar as motivações dos estudantes que se apresentam como querendo entrar para a tuna. É assim como que uma iniciação à praxe de tuna, digamos.
Quando comecei nestas andanças, até devia ser dos “porque sim”, pois já nem me lembro dos motivos…

Vá. Respondei ao inquérito com bonomia e ide para a praia.
É possível a escolha múltipla!

Marcelo Trintão

3 comentários:

Marta disse...

Parabéns pelo blog!!
Simples, atraente, de linguagem simples e directa e de abordagem directa a temas bastante interessantes!
Continuem!!

Anónimo disse...

Qual é o verdadeiro motivo para entrar numa Tuna?
Eu até que gostava de entrar, pelo que vi tem muito espírito de amizade dentro das tunas.

Eu ainda não sei muito bem como fazem a selecção dos que ficam ou não!

Será que dava para explicar?
ps:Já agora toco viola.

TunosTunas disse...

Ó Zé, deixa lá isso. Parece-me que precisas de ver outra vez o vídeo da Juliana Paes...