
Como exemplo, no críquete clássico, os eventos poderiam durar quase uma dezena de dias, pois os intervalos do jogo (no sentido estrito) também interessavam e o chá continua a dever ser bebido devagar…
Com o advento dos “tempos modernos”, os intervalos para chá, scones e quejandos diminuíram de duração – a bem da sanidade mental do público, dos jogadores, de todos – apesar de o jogo continuar idêntico na sua essência. E ainda há eventos de críquete a durarem uns bons dias.
Deste modo, temos que, quando o evento não está centrado num público, o ritual continua a ser idêntico e demora-se o tempo que os produtores/consumidores do mesmo entenderem como suficiente para fruir o críquete em todo o seu esplendor.
Ora, esta plasticidade faz-nos falta a todos. Se temos alguém a pagar, seja público, seja patrocinador, devemos proporcionar um retorno adequado ao investimento de essoutro, sob pena de ocorrerem perdas futuras para a tuna (enquanto pessoa colectiva ou enquanto mero conceito). E não me parece que os espectadores de críquete paguem bilhete focados no chá e nos scones (apesar de isto ser parte do contexto cultural deste desporto)!
Naturalmente, nada implica que se atente contra a essência do que é uma tuna, pois quem assiste a um evento de tunas deve esperar ver tunas.
A falácia está em considerarmos que pode haver intervalo de qualidade sem jogo; um pouco ao jeito dos que – por aí e erroneamente – consideram poder haver jogo de qualidade sem intervalo…
Romeu Sereno
3 comentários:
Bravo! Corte de 3 orelhas, volta à arena e saída em ombros. Nem mais, nem menos.
Abraços!
Obs: A 3ª orelha é daquele gajo que estava a roubar um scone aquando da volta triunfal pela arena do "matador" com as duas do animal na mão, não vá algum "crente" achar que os touros agora podem ter 3 orelhas, como aqueles "tunos" que acham que vale tudo.....
Abraços!
Caro AMAT, agradeço pelos comentários espirituosos.
Abraço,
Romeu Sereno
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