quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Críquete e a Falácia nos eventos de tunas

Federação Internacional de CríqueteNos eventos de tunas dirigidos a um público (porque também os há para mero consumo das próprias), existe um ponto fulcral no evento: o público. Ou seja, se não nos fixarmos no consumidor cultural, esquecemos o essencial. Bem podemos gostar mais do “intervalo do jogo”, mas não há intervalo sem jogo; mesmo que tenhamos uma lógica de evento mais abrangente do que um mero espectáculo musical.

Como exemplo, no críquete clássico, os eventos poderiam durar quase uma dezena de dias, pois os intervalos do jogo (no sentido estrito) também interessavam e o chá continua a dever ser bebido devagar…

Com o advento dos “tempos modernos”, os intervalos para chá, scones e quejandos diminuíram de duração – a bem da sanidade mental do público, dos jogadores, de todos – apesar de o jogo continuar idêntico na sua essência. E ainda há eventos de críquete a durarem uns bons dias.

Deste modo, temos que, quando o evento não está centrado num público, o ritual continua a ser idêntico e demora-se o tempo que os produtores/consumidores do mesmo entenderem como suficiente para fruir o críquete em todo o seu esplendor.

Ora, esta plasticidade faz-nos falta a todos. Se temos alguém a pagar, seja público, seja patrocinador, devemos proporcionar um retorno adequado ao investimento de essoutro, sob pena de ocorrerem perdas futuras para a tuna (enquanto pessoa colectiva ou enquanto mero conceito). E não me parece que os espectadores de críquete paguem bilhete focados no chá e nos scones (apesar de isto ser parte do contexto cultural deste desporto)!

Naturalmente, nada implica que se atente contra a essência do que é uma tuna, pois quem assiste a um evento de tunas deve esperar ver tunas.

A falácia está em considerarmos que pode haver intervalo de qualidade sem jogo; um pouco ao jeito dos que – por aí e erroneamente – consideram poder haver jogo de qualidade sem intervalo…

Romeu Sereno

3 comentários:

As Minhas Aventuras na Tunolândia disse...

Bravo! Corte de 3 orelhas, volta à arena e saída em ombros. Nem mais, nem menos.

Abraços!

As Minhas Aventuras na Tunolândia disse...

Obs: A 3ª orelha é daquele gajo que estava a roubar um scone aquando da volta triunfal pela arena do "matador" com as duas do animal na mão, não vá algum "crente" achar que os touros agora podem ter 3 orelhas, como aqueles "tunos" que acham que vale tudo.....

Abraços!

TunosTunas disse...

Caro AMAT, agradeço pelos comentários espirituosos.
Abraço,
Romeu Sereno