segunda-feira, 30 de junho de 2008

E Esta? Hein?


E se de repente, ouvires a “Amélia dos Olhos Doces” a ressoar na tua rua e nela reconheceres a versão da TUIST?

Estava eu descansadito, a morrinhar num belo e calmo fim de tarde, quando ouço pela janela da cozinha uma voz de tuno a entoar:

“Amélia gaivota, amante, poeta,
Rosa de café.
Amélia gaiata, do bairro da lata,
Do Cais do Sodré.”


Preguei-me à janela e retorqui:

“Tens um nome de navio,
Teu corpo é um rio onde a sede corre.”


Silêncio absoluto.
– O cantador calou-se? Pelo menos por momentos, não esboçou reacção audível. Decerto que a surpresa o tolheu.
Passados uns minutos lá continuou, um pouco mais balbuciante, mas repetindo partes da música em jeito de ensaio. O som vinha do prédio ao lado, mas ainda estou para perceber de que andar…

Curiosamente, há um par de anos, fiquei com a nítida sensação de que umas estudantes que moravam no último andar do meu prédio seriam de uma tuna feminina, pois lá se ouvia, de tempos a tempos, um pouco de música de tuna tocada ao vivo. Parecia vir do andar das ditas raparigas, mas como sou introvertido, acabei por nunca perguntar nada.

Servem estes pequenos episódios para fazer notar aos leitores que por detrás de um qualquer vizinho pode estar um tuno. Por isso, não se sintam coibidos de cantar em casa a plenos pulmões e de tocar afinadinho músicas de tuna, pois qualquer dia podem ter a sorte de ser convidados para malhar uns copos com música em casa do vizinho ou de acabar a dar conversa sobre tunas a alguma miúda que até percebe da poda…

Tiago Alegre

1 comentário:

Isabel Paixão disse...

Sabes que me aconteceu exactamente a mesma coisa, mais que uma vez, com mais do que uma música/Tuna?
Mas ainda obtive resposta, e ali ficámos um bom bocado a desafinar em dueto, em tom de desgarrada, uma Estudantina de Lisboa em plenos pulmões =)
Saudações tunantes