Em tempos, publiquei aqui no tunos&tunas um texto sobre “Espaços Culturais, Agentes Culturais e Tunas” (clique aqui para reler).
Ora, nem de propósito, parece que o Theatro Circo lá abriu os olhinhos e, após a remodelação, finalmente os tunos&tunas voltam a este espaço emblemático da cidade de Braga, com a realização do espectáculo do XV CELTA, organizado pela Azeituna.
Espero que seja um bom evento e que não tenham sido apenas os cifrões a permitir este momento importante para os tunos portugueses, em geral, e para os bracarenses, em particular.
Podem espreitar aqui a agenda: http://www.theatrocirco.com/agenda/evento.php?id=370
Tiago Alegre
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Análise da sondagem - Percurso para Tuno
Resultados curiosos, estes que aqui vemos à esquerda…
Desta quase-sondagem, depreendemos que há tunas (12%) em que quem aparece fica logo tuno de pleno direito. Ou seja, não têm um percurso hierárquico para assunção da "cidadania de tuno", pois, caso contrário, haveria sempre alguém que não o completaria...
Em quase metade das respostas (48%), 10 a menos de 50% dos recém-chegados fica-se pelo caminho estatutário.
De realçar que em 12% das vezes, só até 10% dos tenrinhos chega a Tuno.
Ora se toda a gente tem direito ao sucesso, isto cheira-me que ainda vamos ter intervenção do Governo. No entanto, nota-se a existência de tunas pioneiras, que já aplicam a cartilha educacional mais progressista. Até dá gosto ver pessoal mentalmente avançado nas tunas.
Caloiros, a revolução cultural está próxima! Isso da hierarquia nos grupos sociais não faz qualquer sentido. Pequenada, o tempo corre contra essa geração que impede a renovação.
Temos de largar lastro...
Tiago Alegre
Desta quase-sondagem, depreendemos que há tunas (12%) em que quem aparece fica logo tuno de pleno direito. Ou seja, não têm um percurso hierárquico para assunção da "cidadania de tuno", pois, caso contrário, haveria sempre alguém que não o completaria...
Em quase metade das respostas (48%), 10 a menos de 50% dos recém-chegados fica-se pelo caminho estatutário.
De realçar que em 12% das vezes, só até 10% dos tenrinhos chega a Tuno.
Ora se toda a gente tem direito ao sucesso, isto cheira-me que ainda vamos ter intervenção do Governo. No entanto, nota-se a existência de tunas pioneiras, que já aplicam a cartilha educacional mais progressista. Até dá gosto ver pessoal mentalmente avançado nas tunas.
Caloiros, a revolução cultural está próxima! Isso da hierarquia nos grupos sociais não faz qualquer sentido. Pequenada, o tempo corre contra essa geração que impede a renovação.
Temos de largar lastro...
Tiago Alegre
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Tunos na TV
1. Neste fim-de-semana, afundei-me no sofá e decidi não ligar nenhuma a esta coisa das tunas, mesmo sabendo que havia animação pelos lados do Porto.
Fazia eu um zapping, quando dei de caras com um moço da Tuna Universitária do Minho, de símbolo da mesma ao peito, no programa da Catarina Furtado “A Minha Geração” (RTP1) sobre os anos 90.
No concurso sobre cultura musical dessa época, o tuno saiu a ganhar com um resultado de 5 a 2 sobre uma piquena (como diz a Dr.ª Manuela).
Nada de extraordinário a registar, a não ser um pormenor: a rapariga afirmou decididamente, antes de se iniciar o “confronto”, que venceria o tuno; em resposta, este evitou a questão, com cortesia e desportivismo.
É nestes momentos que se vê o cavalheirismo. Gostei.
2. De forma muito pouco alegre, assisti, ainda afundado no mesmo sofá, à Grande Reportagem da SIC sobre trabalhadores precários. Infelizmente, um dos casos apresentados era o da Maria João Sousa (MJS), antropóloga durante dez anos no ex-Instituto Português de Arqueologia e, se me não engano, fundadora da T-Única (Feminina de Letras de Lisboa).
Da integração daquele organismo estatal no novo IGESPAR, sobrou a palha mais pequena para a MJS e, como estava a recibos verdes, foi dispensada…
Com 35 anos de idade e despedida de um dia para o outro, a nossa arqueóloga pôs o estado em tribunal. Esperemos que consiga a integração nos quadros depois de uma década a dar o couro e o cabelo como servidora pública.
Força e confiança no futuro é o que lhe desejo em nome do tunos&tunas.
Romeu Sereno
Fazia eu um zapping, quando dei de caras com um moço da Tuna Universitária do Minho, de símbolo da mesma ao peito, no programa da Catarina Furtado “A Minha Geração” (RTP1) sobre os anos 90.
No concurso sobre cultura musical dessa época, o tuno saiu a ganhar com um resultado de 5 a 2 sobre uma piquena (como diz a Dr.ª Manuela).
Nada de extraordinário a registar, a não ser um pormenor: a rapariga afirmou decididamente, antes de se iniciar o “confronto”, que venceria o tuno; em resposta, este evitou a questão, com cortesia e desportivismo.
É nestes momentos que se vê o cavalheirismo. Gostei.
2. De forma muito pouco alegre, assisti, ainda afundado no mesmo sofá, à Grande Reportagem da SIC sobre trabalhadores precários. Infelizmente, um dos casos apresentados era o da Maria João Sousa (MJS), antropóloga durante dez anos no ex-Instituto Português de Arqueologia e, se me não engano, fundadora da T-Única (Feminina de Letras de Lisboa).
Da integração daquele organismo estatal no novo IGESPAR, sobrou a palha mais pequena para a MJS e, como estava a recibos verdes, foi dispensada…
Com 35 anos de idade e despedida de um dia para o outro, a nossa arqueóloga pôs o estado em tribunal. Esperemos que consiga a integração nos quadros depois de uma década a dar o couro e o cabelo como servidora pública.
Força e confiança no futuro é o que lhe desejo em nome do tunos&tunas.
Romeu Sereno
terça-feira, 11 de novembro de 2008
QMúsika – O sítio da música lusíada
Há umas semanas, circulou uma mensagem na caixa de correio de várias tunas sobre um espaço onde as tunas, e não só, podem publicitar e vender as suas músicas em formato digital, divulgar os seus eventos, lançar passatempos, publicitar canais de rádio ou televisão na Internet e mais umas quantas coisas desde que no contexto lusíada. O QMúsika “o sítio da música lusíada” dirigiu-se ao mundo das tunas com intuito de arranjar parceiros para a sua actividade.
Romeu Sereno
O tunos&tunas deu uma vista de olhos rápida e, na opção de AJUDA, encontrou a seguinte descrição:
«A Qmusika.com é uma empresa de venda de música digital em formato WMA e MP3, com a especificidade de ser o único site de Downloads Legais de música feita apenas por artistas portugueses, descendentes de Portugueses ou artistas residentes em Portugal.».
A ideia – apesar de não ser propriamente original – tem a sua bondade e apresenta-se como um instrumento adicional no desenvolvimento da face pública da actividade da tuna.
«A Qmusika.com é uma empresa de venda de música digital em formato WMA e MP3, com a especificidade de ser o único site de Downloads Legais de música feita apenas por artistas portugueses, descendentes de Portugueses ou artistas residentes em Portugal.».
A ideia – apesar de não ser propriamente original – tem a sua bondade e apresenta-se como um instrumento adicional no desenvolvimento da face pública da actividade da tuna.
Apostando na criação de um portefólio musical próprio, por via do estatuto de Qautor, “o sítio da música lusíada” proporciona uma ferramenta para a divulgação de obras musicais com edição de autor.
Não nos parece que a adesão registada seja em massa (apenas dois Qautores) e tunas “nem vê-las”, mas pode ser que o mercado amadureça e venha a suportar este tipo de espaços.
O “k” no nome é que era um bocado escusado. A paciência para os “k” por tudo e por nada tem os seus limites…
De qualquer modo, aqui fica a sugestão e sempre podem aferir o que dizemos com uma visita ao
Não nos parece que a adesão registada seja em massa (apenas dois Qautores) e tunas “nem vê-las”, mas pode ser que o mercado amadureça e venha a suportar este tipo de espaços.
O “k” no nome é que era um bocado escusado. A paciência para os “k” por tudo e por nada tem os seus limites…
De qualquer modo, aqui fica a sugestão e sempre podem aferir o que dizemos com uma visita ao
Romeu Sereno
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Posta da Semana
Realmente, o bom humor tem destas coisas. O mundo das tunas não é a preto e branco, pois também há coletes cor-de-rosa…
Assim, caros leitores, a Posta da Semana vai para: A Aventura da “Explicação”.
A ler e reler.
Romeu Sereno
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Tunas pela Islândia
Caros amigos,
O tunos&tunas lança aqui a campanha “Tunas pela Islândia”, em solidariedade com quem sofre pelo momento gravoso que se vive naquela ilha do Atlântico Norte.
Trajes de estudantes de universidades “desactivadas”, emblemas para a capa com publicidade à cerveja San Miguel, prémios sobrantes de festivais de tunas e músicas-massacre iguais a tantas outras podem fazer as delícias dos pobres islandeses.
Para ajudar à festa, estamos a considerar organizar um evento de tunas por todo o país, com a presença de uma grande representação das tunas islandesas. No entanto, avisamos que todos os prejuízos decorrentes da organização serão nacionalizados.
Pedimos a vossa colaboração para acudir a donzela em apuros!
Marcelo Trintão
P.S. Não serão aceites donativos em coroas islandesas, pois é pouco provável que sejam aceites na Islândia.
O tunos&tunas lança aqui a campanha “Tunas pela Islândia”, em solidariedade com quem sofre pelo momento gravoso que se vive naquela ilha do Atlântico Norte.
Trajes de estudantes de universidades “desactivadas”, emblemas para a capa com publicidade à cerveja San Miguel, prémios sobrantes de festivais de tunas e músicas-massacre iguais a tantas outras podem fazer as delícias dos pobres islandeses.
Para ajudar à festa, estamos a considerar organizar um evento de tunas por todo o país, com a presença de uma grande representação das tunas islandesas. No entanto, avisamos que todos os prejuízos decorrentes da organização serão nacionalizados.
Pedimos a vossa colaboração para acudir a donzela em apuros!
Marcelo Trintão
P.S. Não serão aceites donativos em coroas islandesas, pois é pouco provável que sejam aceites na Islândia.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
O Tal País (07/10/2008)
ww1.rtp.pt/wportal/sites/tv/otalpais
Sugiro a audição da edição de ontem (7 de Outubro de 2008) de “O Tal País”, do Tio Herman, na Antena 1 ou Antena 3. Oiçam e adivinhem a quem ele, no fim, manda uma boquita.
Talvez o faça por ser padrinho de uma tuna das antigas e, desse modo, habituado a lidar com malta também antiga…
Marcelo Trintão
Marcelo Trintão
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
As Tascas…
Estava na palheta (mas por acaso não no palheto) com alguns tunos amigos e começámos a falar do tema “tascas”.
Falávamos de vários estabelecimentos comerciais do género, espalhados pelo nosso país, quando me fui apercebendo de que se nuns sítios é fácil encontrar um refúgio para tocar umas músicas, dar dois dedos de conversa e beber uns copos – sem se ser mandado calar pelo dono do dito e sem se ser espoliado do pouco capital que nos resta ao fim do mês –, noutras terras deste nosso Portugal a coisa não parece muito acessível.
Em consequência do ilustre progresso, foram-se perdendo alguns locais deste tipo, por vezes substituídos pelos ditos “bares de estudantes” ou por cafés mal amanhados, mas em que faltam os tampos de mármore, os velhotes a beber o copo do final do dia e o t-e-m-p-o. O tempo, caros amigos, o tempo para tocar uma música, beber um trago, contar uma história e dizer mal dos políticos da terra, com um coro de sábios a corroborar cada uma das palavras, cada uma das notas, cada um dos versos lançados para a sala…
Com esta tirada, ainda ganho o prémio Camões! Tanto mais que a próxima rodada deve ser para autores portugueses, já que é à vez…
Acreditem no que vos digo. Faltam espaços com afectividade (vá lá, não sejam mauzinhos, contenham-se!), espaços que não sejam de mera passagem e em que os seus ocupantes interajam e criem momentos com significado. Espaços com ambiente, não direi ambiente familiar, mas talvez ambiente caloroso.
Sei que há mais do que tascas nesta vida.
É a vida, dirão alguns. Pois eu digo que falta vida em certas vidas!
Vá, venham de lá as “tascas” da actualidade e já agora as do tempo antigo… Se alguém tiver paciência que comente isto e deixe sugestões de tascas para que por lá passemos.
Falávamos de vários estabelecimentos comerciais do género, espalhados pelo nosso país, quando me fui apercebendo de que se nuns sítios é fácil encontrar um refúgio para tocar umas músicas, dar dois dedos de conversa e beber uns copos – sem se ser mandado calar pelo dono do dito e sem se ser espoliado do pouco capital que nos resta ao fim do mês –, noutras terras deste nosso Portugal a coisa não parece muito acessível.
Em consequência do ilustre progresso, foram-se perdendo alguns locais deste tipo, por vezes substituídos pelos ditos “bares de estudantes” ou por cafés mal amanhados, mas em que faltam os tampos de mármore, os velhotes a beber o copo do final do dia e o t-e-m-p-o. O tempo, caros amigos, o tempo para tocar uma música, beber um trago, contar uma história e dizer mal dos políticos da terra, com um coro de sábios a corroborar cada uma das palavras, cada uma das notas, cada um dos versos lançados para a sala…
Com esta tirada, ainda ganho o prémio Camões! Tanto mais que a próxima rodada deve ser para autores portugueses, já que é à vez…
Acreditem no que vos digo. Faltam espaços com afectividade (vá lá, não sejam mauzinhos, contenham-se!), espaços que não sejam de mera passagem e em que os seus ocupantes interajam e criem momentos com significado. Espaços com ambiente, não direi ambiente familiar, mas talvez ambiente caloroso.
Sei que há mais do que tascas nesta vida.
É a vida, dirão alguns. Pois eu digo que falta vida em certas vidas!
Vá, venham de lá as “tascas” da actualidade e já agora as do tempo antigo… Se alguém tiver paciência que comente isto e deixe sugestões de tascas para que por lá passemos.
Tiago Alegre
P.S. Mandem lá a boca do “get a life…”, que por acaso até fica aqui bem…
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quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Estratégias Para Agarrar a Pequenada
Começamos mais um ano, esperando que tenham gostado da banhoca que demos à imagem do tunos&tunas. (Se não perceberam o que estou a dizer ainda vão a tempo de mandar um mergulho. Entrem na foto da água azul e aguardem uns segundos…)
Estratégias para agarrar a pequenada. Aqui está um bom tema.
Segundo sei, há uns anos usavam o Dragon Balll ou um peito seminu para atrair a atenção para um qualquer cartaz manhoso. Ou então pedia-se a uma amiga para fazer, em papel de cenário, uns escritos à mão, pois a jeitosa sempre tinha a letra mais bonita. Além disso, tocava-se na(s) cantina(s) e nas recepções do caloiro e tentava-se saber, dos recém-chegados, se alguém arranhava algum instrumento musical.
As coisas mudaram. Para melhor ou para pior não será fácil de avaliar. Antes, era tudo mais arcaico e menos visual, mas por outro lado mais autêntico. Na actualidade, temos os computadores com os seus power points, publishers e photoshops, mais os DVD, CD e blogs e páginas, hi5, telemóveis, sms, mms e mais não sei o quê. Ou seja, os instrumentos são mais variados, mais apelativos, e só falta é pensar na campanha para agarrar a pequenada.
Então vamos ver lá ver. O que eu faria?
1. Pendurava uns cartazes minimalistas com muita imagem e pouco texto, puxando a pequenada para a internet (hi5 ou blog ou página), mas com os dias e horas de ensaios e um telemóvel para esclarecimentos;
2. Distribuía folhetos impressos a preto sobre folha colorida (sai barato e é apelativo) com mais algumas informações sobre a tuna (música, boémia, passear, magia e sexo de forma velada, tal como se percebeu pelo inquérito);
3. Falava com a comissão de praxe lá da academia e tentava incluir um panfleto nos materiais que distribuíssem à pequenada;
4. Tentava sacar números de telemóvel e mails para enviar umas mensagens com música e animação sobre a tuna;
5. Passava na(s) cantina(s), nos bares académicos e nas tascas onde fosse usual a estudantada ir e tocava umas músicas para ver se pescava algum (de preferência em horário apelativo);
6. Pedia aos amigos que, se conhecessem algum caloiro, lhe falassem da tuna;
7. Tentava saber quem são os caloiros mais activos socialmente e perguntava-lhes se não queriam aparecer nos ensaios;
8. Perguntava também aos mais introvertidos (do tipo cãozinho abandonado) se não queriam conhecer um pessoal fixe lá na tuna;
7. Fazia umas arruadas com serenatas incluídas pelas residências da zona;
8. E… Tunava!
Espero que gostem das sugestões!
Estratégias para agarrar a pequenada. Aqui está um bom tema.
Segundo sei, há uns anos usavam o Dragon Balll ou um peito seminu para atrair a atenção para um qualquer cartaz manhoso. Ou então pedia-se a uma amiga para fazer, em papel de cenário, uns escritos à mão, pois a jeitosa sempre tinha a letra mais bonita. Além disso, tocava-se na(s) cantina(s) e nas recepções do caloiro e tentava-se saber, dos recém-chegados, se alguém arranhava algum instrumento musical.
As coisas mudaram. Para melhor ou para pior não será fácil de avaliar. Antes, era tudo mais arcaico e menos visual, mas por outro lado mais autêntico. Na actualidade, temos os computadores com os seus power points, publishers e photoshops, mais os DVD, CD e blogs e páginas, hi5, telemóveis, sms, mms e mais não sei o quê. Ou seja, os instrumentos são mais variados, mais apelativos, e só falta é pensar na campanha para agarrar a pequenada.
Então vamos ver lá ver. O que eu faria?
1. Pendurava uns cartazes minimalistas com muita imagem e pouco texto, puxando a pequenada para a internet (hi5 ou blog ou página), mas com os dias e horas de ensaios e um telemóvel para esclarecimentos;
2. Distribuía folhetos impressos a preto sobre folha colorida (sai barato e é apelativo) com mais algumas informações sobre a tuna (música, boémia, passear, magia e sexo de forma velada, tal como se percebeu pelo inquérito);
3. Falava com a comissão de praxe lá da academia e tentava incluir um panfleto nos materiais que distribuíssem à pequenada;
4. Tentava sacar números de telemóvel e mails para enviar umas mensagens com música e animação sobre a tuna;
5. Passava na(s) cantina(s), nos bares académicos e nas tascas onde fosse usual a estudantada ir e tocava umas músicas para ver se pescava algum (de preferência em horário apelativo);
6. Pedia aos amigos que, se conhecessem algum caloiro, lhe falassem da tuna;
7. Tentava saber quem são os caloiros mais activos socialmente e perguntava-lhes se não queriam aparecer nos ensaios;
8. Perguntava também aos mais introvertidos (do tipo cãozinho abandonado) se não queriam conhecer um pessoal fixe lá na tuna;
7. Fazia umas arruadas com serenatas incluídas pelas residências da zona;
8. E… Tunava!
Espero que gostem das sugestões!
Tiago Alegre
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terça-feira, 9 de setembro de 2008
O Início do Ano Académico na Tuna
Começa mais um ano académico e prepara-se a chegada de nova leva de caloiros fresquinhos. Na maioria das tunas, este é um período definidor do resto do ano tunístico.
Um dos motivos essenciais é, de forma clara, a assunção da inactividade de alguns membros e a entrada de outros.
Este processo, quando decorre de forma equilibrada, dá uma nova vida à tuna e contribui para o seu engrandecimento. Mesmo considerando que a inactividade dos antigos é um estado latente do qual regressam alguns mortos-vivos – não que estejam cadáveres, mas há malta que por vezes ressuscita para a vida de tuna apesar de se anunciar como morto há muito* – a entrada de novos membros é fulcral para que toda a estrutura da tuna se vá mantendo.
Poderia dizer que, em cada ano, a integração de novos membros é a “pedra de fecho” da abóbada da tuna, passe a simbologia um bocado para o pedreiro-livre. Se estiver bem colocada, aguenta a abóbada e a catedral não rui (conjugação do verbo “ruir”). No caso contrário, pode pôr em risco a estrutura que tanto tempo levou a erigir.
E se julgam que só as tunas de faculdade/instituto são afectadas por este momento anual, desenganem-se, pois as tunas de cidade/academia reformulam-se usualmente nesta altura do ano. Nem que seja por mero hábito….
Marcelo Trintão
Um dos motivos essenciais é, de forma clara, a assunção da inactividade de alguns membros e a entrada de outros.
Este processo, quando decorre de forma equilibrada, dá uma nova vida à tuna e contribui para o seu engrandecimento. Mesmo considerando que a inactividade dos antigos é um estado latente do qual regressam alguns mortos-vivos – não que estejam cadáveres, mas há malta que por vezes ressuscita para a vida de tuna apesar de se anunciar como morto há muito* – a entrada de novos membros é fulcral para que toda a estrutura da tuna se vá mantendo.
Poderia dizer que, em cada ano, a integração de novos membros é a “pedra de fecho” da abóbada da tuna, passe a simbologia um bocado para o pedreiro-livre. Se estiver bem colocada, aguenta a abóbada e a catedral não rui (conjugação do verbo “ruir”). No caso contrário, pode pôr em risco a estrutura que tanto tempo levou a erigir.
E se julgam que só as tunas de faculdade/instituto são afectadas por este momento anual, desenganem-se, pois as tunas de cidade/academia reformulam-se usualmente nesta altura do ano. Nem que seja por mero hábito….
Marcelo Trintão
* Lembra-me sempre aquela famosa anedota sobre o gajo que, dado como morto e enterrado em consonância, grita debaixo da terra que está vivo, ao que o coveiro acrescentando mais terra sobre o moribundo, lança o dito “Tu não estás vivo, estás é mal enterrado…”.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Estou farto destes gajos… Vamos a uma banhoca!
Como é Verão e já estamos um bocado cansados disto, decidimos refrescar o nosso blog.
▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲▲
Entrem nesta água para dar uma outra face ao tunos&tunas!!
Vá! Mergulhem o cursor como se fosse um mergulho de cabeça!
Se quiserem também podem ajudar no "refresh", entrando aqui.
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Entrem nesta água para dar uma outra face ao tunos&tunas!!
Vá! Mergulhem o cursor como se fosse um mergulho de cabeça!
Se quiserem também podem ajudar no "refresh", entrando aqui.
Tiago Alegre
P.S. Aproveitem para refrescar também as ideias.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Análise Superficial e Pouco Científica da Última Sondagem do TunosTunas
A última sondagem por nós realizada aqui no tunos&tunas cingia-se à perguntita
“Eu tentei ir para a tuna porque:”. Havendo a possibilidade de respostas múltiplas, e tendo-se registado 56 participações, relevamos alguns resultados:
1. O “porque sim” teve 62% de respostas positivas;
2. 35% de nós entrámos na tuna à procura de magia na vida académica;
3. Um quarto da malta dá tanta importância ao gostar de música como ao comer uns/umas gajos(as) no momento de entrada para a tuna.
4. Só 10% dos que responderam “tinham a mania que gostavam de emborcar”, o que me parece alinhado com a quantidade de pós-pubertários abstémios ou bêbados que entram para a universidade com a mania de que o álcool traz o paraíso agarrado.
Mediante estes resultados e como este assunto pelos vistos tem bastantes interessados, decidimos fazer um novo inquérito, para ver se afinal a malta não se desiludiu nas expectativas de sucesso…
“Eu tentei ir para a tuna porque:”. Havendo a possibilidade de respostas múltiplas, e tendo-se registado 56 participações, relevamos alguns resultados:
1. O “porque sim” teve 62% de respostas positivas;
2. 35% de nós entrámos na tuna à procura de magia na vida académica;
3. Um quarto da malta dá tanta importância ao gostar de música como ao comer uns/umas gajos(as) no momento de entrada para a tuna.
4. Só 10% dos que responderam “tinham a mania que gostavam de emborcar”, o que me parece alinhado com a quantidade de pós-pubertários abstémios ou bêbados que entram para a universidade com a mania de que o álcool traz o paraíso agarrado.
Mediante estes resultados e como este assunto pelos vistos tem bastantes interessados, decidimos fazer um novo inquérito, para ver se afinal a malta não se desiludiu nas expectativas de sucesso…
Vamos ver o que isto dá!
Marcelo Trintão
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quinta-feira, 24 de julho de 2008
É impressão minha ou isto será mesmo assim?
Tal como no cinema fantástico, nesta coisa das tunas parece-me existirem universos paralelos; algumas vezes entrecruzando-se e/ou partilhando efémeros momentos, na maioria das vezes evolucionando por caminhos singulares como uma coreografia em que os bailarinos quase por milagre não se tocam, apesar de partilharem o mesmo espaço.
Para lá de uma algo ilusória existência de referências comuns, tem-se tornado cada vez mais claro o desenvolvimento de dois reversos universos diversos*.
De um lado, as tunas mistas com os seus próprios festivais e circuitos de amizades, com as suas tunas clássicas e os seus tunos barões, com o seu próprio caldo cultural. Do outro, as masculinas** e femininas que – apesar de nada o fazer prever há uns anos – têm vindo a percorrer, se não o mesmo caminho, pelo menos a mesma rede viária e com paragens nas mesmas estações de serviço; e, naturalmente, com as suas próprias tunas clássicas, e os seus barões, festivais e amizades.
Dir-me-ão que existem muitos pontos em comum nestes dois pseudo-universos, para lá do imaginário natural do que é uma tuna. Concordo. E existir, acho que existem, mas surgem-me como cada vez menores, fugazes e estranhos. A partilha do mesmo palco sucede com bem menos frequência do que na última década do século passado e, se virmos bem as coisas, as referências comuns cingem-se, em boa parte, ao reconhecimento da autoria de algumas músicas deste nosso mundo tunal.
Por exemplo, quem é que, pertencendo desde há 5 anos a uma tuna mista, conhece os mais antigos elementos de uma masculina ou feminina da mesma academia?
E ao contrário? Não se passará exactamente a mesma coisa?
Curiosamente, isto não sucede se fizermos este exercício apenas entre tunas masculinas e femininas.
Como sei que a classificação e a qualificação das circunstâncias advêm de um artificialismo humano, na procura de um sentido e de uma ordem que, para nós, são inerentes à própria realidade, ponho algumas reservas sobre a fidelidade destes meus pensamentos.
Romeu Sereno
Para lá de uma algo ilusória existência de referências comuns, tem-se tornado cada vez mais claro o desenvolvimento de dois reversos universos diversos*.
De um lado, as tunas mistas com os seus próprios festivais e circuitos de amizades, com as suas tunas clássicas e os seus tunos barões, com o seu próprio caldo cultural. Do outro, as masculinas** e femininas que – apesar de nada o fazer prever há uns anos – têm vindo a percorrer, se não o mesmo caminho, pelo menos a mesma rede viária e com paragens nas mesmas estações de serviço; e, naturalmente, com as suas próprias tunas clássicas, e os seus barões, festivais e amizades.
Dir-me-ão que existem muitos pontos em comum nestes dois pseudo-universos, para lá do imaginário natural do que é uma tuna. Concordo. E existir, acho que existem, mas surgem-me como cada vez menores, fugazes e estranhos. A partilha do mesmo palco sucede com bem menos frequência do que na última década do século passado e, se virmos bem as coisas, as referências comuns cingem-se, em boa parte, ao reconhecimento da autoria de algumas músicas deste nosso mundo tunal.
Por exemplo, quem é que, pertencendo desde há 5 anos a uma tuna mista, conhece os mais antigos elementos de uma masculina ou feminina da mesma academia?
E ao contrário? Não se passará exactamente a mesma coisa?
Curiosamente, isto não sucede se fizermos este exercício apenas entre tunas masculinas e femininas.
Como sei que a classificação e a qualificação das circunstâncias advêm de um artificialismo humano, na procura de um sentido e de uma ordem que, para nós, são inerentes à própria realidade, ponho algumas reservas sobre a fidelidade destes meus pensamentos.
Romeu Sereno
* Não digam mal, pois a cacofonia foi propositada.
** “Masculinas”, passe a redundância.
** “Masculinas”, passe a redundância.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Equilíbrio e União Entre as Linhas Morais: o Caso da Tuna
Acho que conhecem tão bem como eu a questão que faz o título desta peça. Ou seja, não estão muito por dentro do assunto...
Como não sou de filosofias, apesar de gostar de filosofar no sentido lúdico do termo, havia dado com os olhos nisto vai para um par de anos e esta coisa me ficou, desde então, nos pensamentos (que é como quem diz num papelito em cima da mesinha de cabeceira), lá me decidi a inventar umas patacoadas sobre o tema.
No dito bocado de papel, estava escrito pelo meu punho o seguinte:
EQUILÍBRIO E UNIÃO ENTRE AS LINHAS MORAIS
Epicurismo e estoicismo
Ética da virtude e ética da felicidade
Ética do dever e ética da utilidade
Hmmm...
“Equilíbrio e união” visa significar, digo eu, que os pratos da balança se relacionam biunivocamente e que tendem a estabilizar essa relação num ponto estável.
“Linhas” quererá dizer que as duas partes partilham a mesma direcção, que não o mesmo sentido. Portanto, deslocam-se no mesmo caminho.
“Morais” porque se calhar o tema enquadra bem o caso do taberneiro a que se faz referência neste artigo: http://www.portugaltunas.com/default.asp?n=2107&sec=1.
Epicurismo versus estoicismo
Julgo que uma tuna é um expoente máximo desta moeda de duas faces. Considerando que um epicurista será uma pessoa que procura os prazeres dos sentidos e que um adepto do estoicismo será alguém espartano, que advoga a austeridade na virtude, qual o tuno que não se revê ao mesmo tempo no prazer e na austeridade?
A boémia musicada que a figura de tuno carrega e a praxe de tuna não farão em conjunto esta dualidade? Na minha opinião, acho que sim. Tudo isto me faz lembrar os Lusíadas (o livro, não o grupo musical) enquanto epopeia de provações e abnegações sublimada no Canto X da Ilha dos Amores.
“Quem tem capa sempre escapa”, nos momentos duros e nos macios… acrescento eu.
Ética da virtude versus ética da felicidade
Quem nunca foi assediado pelas tentações da carne (em todos os sentidos) quando em tuna? Aquela miúda está-me a micar, mas a minha namorada é capaz de não apreciar esta história… Não bebo mais que já levo a minha conta, mas este Tapada de Coelheiros que acompanha a jantarada do evento é bastante apelativo.
Quem nunca se achou farto de aturar o vereador da câmara municipal naquele evento importante quando o que lhe apetecia era ir tocar umas modas com o resto da tuna?
Quem não fez das tripas coração ao tocar numa festa de solidariedade quando finalmente tinha sido convidado por aquela amiga especial para ir beber um café?
Quem nunca executou uma tarefa encomendada a um caloiro só para lhe demonstrar que a mesma era exequível e que a praxe de tuna tem um sentido?
Ética do dever versus ética da utilidade
Esta aplica-se bem às guerras trajanas; tanto às do imperador romano como às da nossa vestimenta…
Além desse aspecto, devemos seguir a tradição por dever, por utilidade ou por um equilíbrio entre as duas? O equilíbrio dos pesos relaciona-se com a densidade dos corpos. Algo pouco pesado e que ocupa muito espaço tem menos densidade do que algo mais pesado e do mesmo tamanho. Ocupando o mesmo espaço, os dois corpos não têm a mesma densidade, pois não têm o mesmo peso. Ou seja, há por aí muito fogo de vista que mais parece fogo-fátuo. A consistência pode ajudar…
Depois destas divagações também elas um pouco fátuas (reconheço), eis-me no epílogo.
Uma vez frequentei um pequeno curso numa associação de debate de ideias a que pertenço e que se centrava sobre “Ética”. De tudo o que ouvi, o que retive mais profundamente foi que o limite ético pessoal do comportamento de cada um deve ser estabelecido de modo a gerar um equilíbrio entre o correcto e o exequível. Se assim não for, arriscamo-nos a um niilismo moral ou a uma incapacidade de cumprimento dos limites éticos pessoais que estabelecermos.
Meus amigos, encontrar o fiel da balança parece-me ser o que ansiamos.
Obrigado pela paciência e que os meus companheiros de blog me desculpem a reduzida tunalidade destes pensamentos.
Romeu Sereno
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sexta-feira, 4 de julho de 2008
A Juliana Paes Tem Uma Surpresa Para Quem Não Gosta do Tunos&Tunas!
Clica na imagem se achares este blog uma parvoíce pegada.
O Tunos&Tunas, com o patrocínio de uma boa marca de cerveja, conseguiu assegurar a colaboração da simpática Juliana Paes.
Eu gosto é do Verão...
Tiago Alegre
terça-feira, 1 de julho de 2008
Motivações da estudantada que aparece a querer ir para a tuna mesmo sem fazer puto de ideia do que é uma dita
Nestes anos que levo de tuna, uma das coisas de que não me aparto é do meu espírito de observação e de uma vontade de crítica e autocrítica assim para o agridoce.
Um aspecto interessante das pessoas que chegam às tunas tem que ver com a sua motivação para tentar integrar um grupo deste género. Temos de tudo um pouco como na farmácia. E por vezes aparece-nos gente com várias destas motivações cruzadas.
Ora bem.
Temos o “porque é fixe”.
Temos o “porque gosto de música”, mesmo uivando como um lobo esfaimado e achando que percebe muito da coisa pois tem uma colecção de mais de 500 CD.
Temos os que querem arranjar desculpas para não serem naftalinosos.
Temos os que pensam que, pondo o traje em cima, ficam com um carisma que só lhes escapa a boazona do bairro e porque é fufa! Mas, mesmo assim…
Temos um clássico, dentro do género suburbano ou serrano, que apenas pretende… emborcar. Vale tudo desde que se mamem umas minis à borlix e se comam uns tremoços. Estes costumam acabar por preferir ficar no bar da faculdade a jogar às cartas e a emborrachar-se, pois sempre dá menos trabalho.
Temos, ainda, os que procuram o encantamento da vida académica plena. Às vezes têm sorte e lá lhes calha uma tuna tuna.
Temos os que querem simplesmente viajar, mesmo que em nada contribuam para o bem comum. Também se costumam inscrever no grupo de danças populares, no côro, no desporto universitário e no núcleo de estudantes africanos, mesmo tendo ascendentes luxemburgueses (desde que dê viagens de graça).
Temos, também, a malta que tem uma fixação pela pandeireta. Normalmente, isto nota-se mais nas mulheres, tanto das tunas mistas como femininas. Chegam e querem ir tocar pandeireta, pois parece fácil e dá-se uns saltos na boca de cena…
Temos os que querem aprender a tocar um instrumento. Destes, poucos se aguentam quando percebem que têm de investir muito tempo e dedicação à “causa” da aprendizagem e do treino.
E por fim, temos os famosos “porque sim”. Ahhh. Argumentos sólidos! E ainda falam de iliteracia.
E por fim, temos os famosos “porque sim”. Ahhh. Argumentos sólidos! E ainda falam de iliteracia.
Estou, claro está, a caricaturar as motivações dos estudantes que se apresentam como querendo entrar para a tuna. É assim como que uma iniciação à praxe de tuna, digamos.
Quando comecei nestas andanças, até devia ser dos “porque sim”, pois já nem me lembro dos motivos…
Vá. Respondei ao inquérito com bonomia e ide para a praia.
Quando comecei nestas andanças, até devia ser dos “porque sim”, pois já nem me lembro dos motivos…
Vá. Respondei ao inquérito com bonomia e ide para a praia.
É possível a escolha múltipla!
Marcelo Trintão
Marcelo Trintão
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segunda-feira, 30 de junho de 2008
E Esta? Hein?
E se de repente, ouvires a “Amélia dos Olhos Doces” a ressoar na tua rua e nela reconheceres a versão da TUIST?
Estava eu descansadito, a morrinhar num belo e calmo fim de tarde, quando ouço pela janela da cozinha uma voz de tuno a entoar:
“Amélia gaivota, amante, poeta,
Rosa de café.
Amélia gaiata, do bairro da lata,
Do Cais do Sodré.”
Preguei-me à janela e retorqui:
“Tens um nome de navio,
Teu corpo é um rio onde a sede corre.”
Silêncio absoluto.
– O cantador calou-se? Pelo menos por momentos, não esboçou reacção audível. Decerto que a surpresa o tolheu.
Passados uns minutos lá continuou, um pouco mais balbuciante, mas repetindo partes da música em jeito de ensaio. O som vinha do prédio ao lado, mas ainda estou para perceber de que andar…
Curiosamente, há um par de anos, fiquei com a nítida sensação de que umas estudantes que moravam no último andar do meu prédio seriam de uma tuna feminina, pois lá se ouvia, de tempos a tempos, um pouco de música de tuna tocada ao vivo. Parecia vir do andar das ditas raparigas, mas como sou introvertido, acabei por nunca perguntar nada.
Servem estes pequenos episódios para fazer notar aos leitores que por detrás de um qualquer vizinho pode estar um tuno. Por isso, não se sintam coibidos de cantar em casa a plenos pulmões e de tocar afinadinho músicas de tuna, pois qualquer dia podem ter a sorte de ser convidados para malhar uns copos com música em casa do vizinho ou de acabar a dar conversa sobre tunas a alguma miúda que até percebe da poda…
Tiago Alegre
Estava eu descansadito, a morrinhar num belo e calmo fim de tarde, quando ouço pela janela da cozinha uma voz de tuno a entoar:
“Amélia gaivota, amante, poeta,
Rosa de café.
Amélia gaiata, do bairro da lata,
Do Cais do Sodré.”
Preguei-me à janela e retorqui:
“Tens um nome de navio,
Teu corpo é um rio onde a sede corre.”
Silêncio absoluto.
– O cantador calou-se? Pelo menos por momentos, não esboçou reacção audível. Decerto que a surpresa o tolheu.
Passados uns minutos lá continuou, um pouco mais balbuciante, mas repetindo partes da música em jeito de ensaio. O som vinha do prédio ao lado, mas ainda estou para perceber de que andar…
Curiosamente, há um par de anos, fiquei com a nítida sensação de que umas estudantes que moravam no último andar do meu prédio seriam de uma tuna feminina, pois lá se ouvia, de tempos a tempos, um pouco de música de tuna tocada ao vivo. Parecia vir do andar das ditas raparigas, mas como sou introvertido, acabei por nunca perguntar nada.
Servem estes pequenos episódios para fazer notar aos leitores que por detrás de um qualquer vizinho pode estar um tuno. Por isso, não se sintam coibidos de cantar em casa a plenos pulmões e de tocar afinadinho músicas de tuna, pois qualquer dia podem ter a sorte de ser convidados para malhar uns copos com música em casa do vizinho ou de acabar a dar conversa sobre tunas a alguma miúda que até percebe da poda…
Tiago Alegre
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quinta-feira, 5 de junho de 2008
Remendos, Reforços & Convidados
Ora aqui está um tema que me alegra…
Desde há muito que a amizade e o companheirismo entre tunos são aspectos marcantes deste nosso universo. Infelizmente, têm sido, em muitos casos, remetidos para segundo plano por uma exacerbada procura dos prémios festivaleiros e por uma deriva para ambientes de cortar à faca entre várias tunas e respectivos tunos.
Contrariando a recorrência dos maus ares, um antigo hábito tem vindo a tornar-se, felizmente, bastante habitual. Refiro-me ao tema desta peça: Remendos, reforços & convidados.
Na altura do boom das tunas em Portugal, sucedia, com menor frequência que na actualidade, mas sucedia, existirem elementos de algumas tunas que tocavam com outras, como remendos, reforços ou meros convidados. Se, nessa época, os motivos se prendiam com a menor capacidade musical de alguns grupos, o que obrigava a solicitar, a espaços, a ajuda dos amigos, no presente os motivos são outros.
Comecemos pelo princípio, que é onde se deve iniciar. O que são, neste contexto, “remendos”, “reforços” e “convidados”?
Um remendo, em tuna, usa-se quando temos pessoas em falta para uma qualquer saída da tuna e necessitamos de suprir uma falta ou falha, usualmente musical. Sucede, bastas vezes, quando a tuna assume um compromisso e se vê na eminência de não o conseguir honrar com os seus elementos ordinários.
O reforço é um pouco diferente do remendo, pois parte-se do pressuposto de que a qualidade mínima está assegurada e apenas se quer fazer uma melhoria, um up grade; solicitando a presença de um elemento exterior à tuna em causa.
O convidado tem pressupostos de utilização diferentes dos anteriores, pois centra-se na pessoa desafiada para acompanhar a tuna, procurando, sobretudo, o aprazimento deste indivíduo durante a sua participação nesse contexto.
Gosto de qualquer destes três modelos de participação de extratunos, desde que sejam acauteladas algumas situações. Em primeiro lugar, uma tuna em que os remendos são usados com regularidade não estará de boa saúde, visto que não consegue manter a sua actividade habitual sem o apoio externo. No entanto, se usados com parcimónia, os remendos podem evitar alguns amargos de boca à tuna, pois evitam que esta falhe compromissos assumidos.
Por sua vez, a utilização de reforços tem bastantes vantagens, pois – sem pôr em causa a qualidade mínima da tuna e a sua coerência enquanto tal – acrescenta valências previamente inexistentes. Se se tornarem usuais e centrados na componente musical, em contexto competitivo os reforços podem ser perniciosos para o ambiente entre tunas. Os casos de músicos pagos para actuar como sendo elementos da tuna afiguram-se-me completamente absurdos. Não me refiro, naturalmente, à colaboração com músicos ou grupos musicais num qualquer evento; desde que essa colaboração seja clara para quem vê e ouve a tuna.
Por último, temos os convidados. Esta é uma figura muito interessante. Normalmente, a participação destas pessoas na tuna assume-se numa elevação social dos elementos desafiados. Convida-se alguém a partilhar um momento da tuna não porque a tuna ganhe algo de especial com isso, mas porque se tem o convidado em boa consideração. Conheço inúmeros casos destes e utilizo, amiúde, este modelo de relação com tunos e não-tunos.
Na actualidade, o companheirismo e a empatia intertunas (e intertunos) têm relação biunívoca com os remendos, reforços e convidados utilizados. Atrevo-me a afirmar que se houvesse mais de tudo isto, muitas questiúnculas festivaleiras da tanga seriam menorizadas, ou tenderiam a desaparecer.
Desde há muito que a amizade e o companheirismo entre tunos são aspectos marcantes deste nosso universo. Infelizmente, têm sido, em muitos casos, remetidos para segundo plano por uma exacerbada procura dos prémios festivaleiros e por uma deriva para ambientes de cortar à faca entre várias tunas e respectivos tunos.
Contrariando a recorrência dos maus ares, um antigo hábito tem vindo a tornar-se, felizmente, bastante habitual. Refiro-me ao tema desta peça: Remendos, reforços & convidados.
Na altura do boom das tunas em Portugal, sucedia, com menor frequência que na actualidade, mas sucedia, existirem elementos de algumas tunas que tocavam com outras, como remendos, reforços ou meros convidados. Se, nessa época, os motivos se prendiam com a menor capacidade musical de alguns grupos, o que obrigava a solicitar, a espaços, a ajuda dos amigos, no presente os motivos são outros.
Comecemos pelo princípio, que é onde se deve iniciar. O que são, neste contexto, “remendos”, “reforços” e “convidados”?
Um remendo, em tuna, usa-se quando temos pessoas em falta para uma qualquer saída da tuna e necessitamos de suprir uma falta ou falha, usualmente musical. Sucede, bastas vezes, quando a tuna assume um compromisso e se vê na eminência de não o conseguir honrar com os seus elementos ordinários.
O reforço é um pouco diferente do remendo, pois parte-se do pressuposto de que a qualidade mínima está assegurada e apenas se quer fazer uma melhoria, um up grade; solicitando a presença de um elemento exterior à tuna em causa.
O convidado tem pressupostos de utilização diferentes dos anteriores, pois centra-se na pessoa desafiada para acompanhar a tuna, procurando, sobretudo, o aprazimento deste indivíduo durante a sua participação nesse contexto.
Gosto de qualquer destes três modelos de participação de extratunos, desde que sejam acauteladas algumas situações. Em primeiro lugar, uma tuna em que os remendos são usados com regularidade não estará de boa saúde, visto que não consegue manter a sua actividade habitual sem o apoio externo. No entanto, se usados com parcimónia, os remendos podem evitar alguns amargos de boca à tuna, pois evitam que esta falhe compromissos assumidos.
Por sua vez, a utilização de reforços tem bastantes vantagens, pois – sem pôr em causa a qualidade mínima da tuna e a sua coerência enquanto tal – acrescenta valências previamente inexistentes. Se se tornarem usuais e centrados na componente musical, em contexto competitivo os reforços podem ser perniciosos para o ambiente entre tunas. Os casos de músicos pagos para actuar como sendo elementos da tuna afiguram-se-me completamente absurdos. Não me refiro, naturalmente, à colaboração com músicos ou grupos musicais num qualquer evento; desde que essa colaboração seja clara para quem vê e ouve a tuna.
Por último, temos os convidados. Esta é uma figura muito interessante. Normalmente, a participação destas pessoas na tuna assume-se numa elevação social dos elementos desafiados. Convida-se alguém a partilhar um momento da tuna não porque a tuna ganhe algo de especial com isso, mas porque se tem o convidado em boa consideração. Conheço inúmeros casos destes e utilizo, amiúde, este modelo de relação com tunos e não-tunos.
Na actualidade, o companheirismo e a empatia intertunas (e intertunos) têm relação biunívoca com os remendos, reforços e convidados utilizados. Atrevo-me a afirmar que se houvesse mais de tudo isto, muitas questiúnculas festivaleiras da tanga seriam menorizadas, ou tenderiam a desaparecer.
Curiosamente, algumas tunas chegam ao ponto de formalizar o estatuto de convidado na sua hierarquia e na sua organização interna.
Julgo que esta será – dentre as várias tendências actuais – a mais positiva e a que contribuirá para um caldo de elevação sociocultural dos tunos&tunas.
E estou certo de que os meus parceiros de blog concordarão comigo.
Romeu Sereno
Julgo que esta será – dentre as várias tendências actuais – a mais positiva e a que contribuirá para um caldo de elevação sociocultural dos tunos&tunas.
E estou certo de que os meus parceiros de blog concordarão comigo.
Romeu Sereno
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quarta-feira, 4 de junho de 2008
O Sábio – Episódio III e Epílogo
Londres. Terra de nevoeiros que fazem desaparecer pessoas. E não me refiro às “clientes” do famoso Jack…
Serafim, o nosso boémio, já havia acabado o curso e trabalhava na capital de distrito donde provinha, na sua área de formação original.
Um dia, deixei de saber dele, até que me contactou por email. Estava em Londres e tinha arranjado um emprego a lavar pratos num restaurante! Havia deixado a vida boémia, abandonara o trabalho na sua área de formação, e virara vegetariano abstémio.
Foi o choque. Um dia voltou a Portugal e fomos jantar a um vegetariano. Noutro dia, já passados uns bons tempos, retornou e tomámos um café, continuando as nossas conversas políticas, agora um bocado viradas para a sua nova opção de vida.
O seu endereço de correio electrónico deixou de funcionar e deixei de saber do Sábio.
No Natal do passado ano, recebi uma chamada no telemóvel. O número era de uma cabina telefónica da sua zona de origem e do outro lado desejaram-me bom ano. Não durou quinze segundos a chamada.
O Sábio Serafim que eu conhecia fez-se sumir na terra dos nevoeiros. Já não o reconheço, este vegetariano e abstémio… Apesar de manter a capacidade dialética.
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
Serafim, o nosso boémio, já havia acabado o curso e trabalhava na capital de distrito donde provinha, na sua área de formação original.
Um dia, deixei de saber dele, até que me contactou por email. Estava em Londres e tinha arranjado um emprego a lavar pratos num restaurante! Havia deixado a vida boémia, abandonara o trabalho na sua área de formação, e virara vegetariano abstémio.
Foi o choque. Um dia voltou a Portugal e fomos jantar a um vegetariano. Noutro dia, já passados uns bons tempos, retornou e tomámos um café, continuando as nossas conversas políticas, agora um bocado viradas para a sua nova opção de vida.
O seu endereço de correio electrónico deixou de funcionar e deixei de saber do Sábio.
No Natal do passado ano, recebi uma chamada no telemóvel. O número era de uma cabina telefónica da sua zona de origem e do outro lado desejaram-me bom ano. Não durou quinze segundos a chamada.
O Sábio Serafim que eu conhecia fez-se sumir na terra dos nevoeiros. Já não o reconheço, este vegetariano e abstémio… Apesar de manter a capacidade dialética.
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
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segunda-feira, 2 de junho de 2008
O Sábio – Episódio II
O Serafim não tocava piano, nem falava francês, mas arranhava, embora mal, uma guitarra portuguesa de afinação estranha e jogava futebol no clube lá da terra. Tinha, obviamente, um ar pálido a que se juntava um par de óculos que deixava escorregar até que ficassem pendurados na ponta do seu nariz aquilino, como um professor dos antigos.
Apesar do ar circunspecto, tinha um humor refinado, a caminho do britânico. Era trotskista e boémio, não acreditava no amor platónico, declamava poesia como ninguém, adorava a capa e, com isto tudo, ganhou a alcunha de “o Sábio”, pois, apesar da sua estranheza, era um gajo tido em consideração por todos os elementos da tuna, até hoje.
Um dos seus episódios mais caricatos deu-se numa saída da tuna, quando foi dormir a casa de outro elemento nosso. Este havia deixado uma cama feita para o Serafim dormir, com lençóis lavados e passados como manda a boa hospitalidade.
Ao chegar a casa do amigo, depois de uma boa noite de boémia, o Sábio – ao deparar-se com a cama feita – vira-se para o hospedeiro e profere quase declamando: “Quem tem capa sempre escapa!”.
Dito e feito. Enrolou-se na capa, deitou-se no chão, e assim dormiu consoladamente toda a noite…
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
Apesar do ar circunspecto, tinha um humor refinado, a caminho do britânico. Era trotskista e boémio, não acreditava no amor platónico, declamava poesia como ninguém, adorava a capa e, com isto tudo, ganhou a alcunha de “o Sábio”, pois, apesar da sua estranheza, era um gajo tido em consideração por todos os elementos da tuna, até hoje.
Um dos seus episódios mais caricatos deu-se numa saída da tuna, quando foi dormir a casa de outro elemento nosso. Este havia deixado uma cama feita para o Serafim dormir, com lençóis lavados e passados como manda a boa hospitalidade.
Ao chegar a casa do amigo, depois de uma boa noite de boémia, o Sábio – ao deparar-se com a cama feita – vira-se para o hospedeiro e profere quase declamando: “Quem tem capa sempre escapa!”.
Dito e feito. Enrolou-se na capa, deitou-se no chão, e assim dormiu consoladamente toda a noite…
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
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segunda-feira, 26 de maio de 2008
O Sábio – Prólogo e Episódio I
Corriam os anos 90 em força e assistia-se ao final das lutas académicas.
O Serafim era um gajo que havia bebido dos livros – e provavelmente da família – utopias revolucionárias e histórias da luta política à antiga, daquelas com discussões acaloradas pela boémia e pela porrada da polícia. Tudo o que lhe cheirasse a luta estudantil e a uma vida académica significante e marcante seria decerto para explorar. Não era a animação abjecta que procurava, mas tão só a vivência de momentos relevantes no seu percurso, a exemplo do que outras gerações estudantis haviam feito.
Nesses tempos, dois espaços se prestavam a encher-lhe as medidas. O primeiro e mais natural era a política académica, incluindo umas tertúlias informais que por vezes se geravam nesse ambiente das lutas académicas dos 90. O segundo era a tuna, com o seu imaginário das capas pretas, da boémia e da irreverência que transportava.
Tive o grato prazer de me cruzar com este personagem nestes dois espaços. No campo político, partilhávamos discussões infindas à volta de umas cervejolas com mais dois marmanjos – um deles actual presidente de uma câmara municipal, o outro uma referência para a malta da nossa tuna, apesar de estar retirado há muito – e analisávamos a actuação nos órgãos do poder universitário, apesar de sermos de órgãos diferentes e de não partilharmos os mesmos ideais.
Concomitantemente, o Serafim andava na tuna e encarava a coisa com um espírito que não conheci em muitos. Na altura, a praxe da nossa tuna era assim uma coisa um bocado para o insípida, a roçar a mera palhaçada. Isto da tuna sem praxe de qualidade é para meninos e o Serafim ameaçou sair se não fosse praxado com o mínimo de exigência, rigor, dureza e ritual! Julgo que foi aqui que abrimos a pestana e começámos a perceber que a tuna não era só a festa…
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
Nesses tempos, dois espaços se prestavam a encher-lhe as medidas. O primeiro e mais natural era a política académica, incluindo umas tertúlias informais que por vezes se geravam nesse ambiente das lutas académicas dos 90. O segundo era a tuna, com o seu imaginário das capas pretas, da boémia e da irreverência que transportava.
Tive o grato prazer de me cruzar com este personagem nestes dois espaços. No campo político, partilhávamos discussões infindas à volta de umas cervejolas com mais dois marmanjos – um deles actual presidente de uma câmara municipal, o outro uma referência para a malta da nossa tuna, apesar de estar retirado há muito – e analisávamos a actuação nos órgãos do poder universitário, apesar de sermos de órgãos diferentes e de não partilharmos os mesmos ideais.
Concomitantemente, o Serafim andava na tuna e encarava a coisa com um espírito que não conheci em muitos. Na altura, a praxe da nossa tuna era assim uma coisa um bocado para o insípida, a roçar a mera palhaçada. Isto da tuna sem praxe de qualidade é para meninos e o Serafim ameaçou sair se não fosse praxado com o mínimo de exigência, rigor, dureza e ritual! Julgo que foi aqui que abrimos a pestana e começámos a perceber que a tuna não era só a festa…
Marcelo Trintão
P.S. Tanto a alcunha como o nome deste personagem não são os originais, por motivos óbvios.
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sexta-feira, 23 de maio de 2008
A Expo 98 do nosso contentamento.
Foi há 10 anos...
Tocou-me a alma, rever as imagens da Expo 98, ontem, na televisão.
Não por a peça jornalística estar muito bem feita, mas por me fazer relembrar bons momentos, calorosos e emotivos.
Escrevo sobre o tema no tunos&tunas pois o período da Expo 98 foi de uma animação muito grande para mim e para a minha tuna. Tivemos quatro espectáculos agendados nesta exposição sobre os oceanos e acabámos por não conseguir realizar um deles, devido ao mau tempo. Mas os outros três foram realmente muito agradáveis.
Se bem se lembram, muitas foram as tunas que se apresentaram em palco no recinto, tendo, se não me falha a memória, decorrido um festival ou um encontro de tunas.
De qualquer modo, foi uma época gratificante e culturalmente fora de série. A própria existência da Rádio Expo, só com música portuguesa e versando a programação do evento, foi um sinal da evolução de mentalidades em relação à cultura feita por cá.
Muito bom!
Não por a peça jornalística estar muito bem feita, mas por me fazer relembrar bons momentos, calorosos e emotivos.
Escrevo sobre o tema no tunos&tunas pois o período da Expo 98 foi de uma animação muito grande para mim e para a minha tuna. Tivemos quatro espectáculos agendados nesta exposição sobre os oceanos e acabámos por não conseguir realizar um deles, devido ao mau tempo. Mas os outros três foram realmente muito agradáveis.
Se bem se lembram, muitas foram as tunas que se apresentaram em palco no recinto, tendo, se não me falha a memória, decorrido um festival ou um encontro de tunas.
De qualquer modo, foi uma época gratificante e culturalmente fora de série. A própria existência da Rádio Expo, só com música portuguesa e versando a programação do evento, foi um sinal da evolução de mentalidades em relação à cultura feita por cá.
Muito bom!
Romeu Sereno
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quarta-feira, 7 de maio de 2008
Espaços Culturais, Agentes Culturais e Tunas
Este mundo tem coisas estranhas e às vezes incompreensíveis.
Na “coltura” existem pessoas com formas de estar variadas, lógicas de pensamento diversas e motivações distintas na sua ligação ao fenómeno.
Neste contexto, alguns tipos sempre me fizeram um bocado de comichão. Refiro-me a pessoas que se afirmam despreconceituosas [neologismo justificável neste contexto] sendo exactamente o contrário, a agentes culturais que mais parecem proxenetas apesar de se afirmarem contra a ditadura do capital, e a gestores de espaços culturais públicos que definem a sua programação, em 99% das vezes, para um reduzido número de espectadores. Posso ainda acrescentar os membros do poder político que mandam edificar espaços culturais perfeitamente desadequados das necessidades e com tipologias que originam, per si, défices brutais nas contas de gestão dos mesmos.
Em relação a este último caso, relembro o afirmado pelo Rui Veloso sobre a Casa da Música numa entrevista publicada há um par de anos, em que referia a impossibilidade de organizar eventos não-subsidiados nesse espaço, devido ao elevado custo/espectador decorrente do elevado preço do aluguer do espaço e do reduzido número de lugares.
Os pseudo-despreconceituosos são, notoriamente, uma classe provinda do ambiente politicamente correcto. Afirmam-se contra qualquer forma de discriminação, cultural ou outra, mas praticam-na em quem não pensa de forma idêntica.
Como curiosidade, experimentem passar de fato e gravata, de traje académico, ou mesmo de sapatinho de vela, em certos espaços onde predominem pessoas que se afirmem a favor da liberdade de vestir a seu bel-prazer, sem quaisquer condicionantes sociais. Não se arrependerão, acreditem.
Neste contexto, alguns tipos sempre me fizeram um bocado de comichão. Refiro-me a pessoas que se afirmam despreconceituosas [neologismo justificável neste contexto] sendo exactamente o contrário, a agentes culturais que mais parecem proxenetas apesar de se afirmarem contra a ditadura do capital, e a gestores de espaços culturais públicos que definem a sua programação, em 99% das vezes, para um reduzido número de espectadores. Posso ainda acrescentar os membros do poder político que mandam edificar espaços culturais perfeitamente desadequados das necessidades e com tipologias que originam, per si, défices brutais nas contas de gestão dos mesmos.
Em relação a este último caso, relembro o afirmado pelo Rui Veloso sobre a Casa da Música numa entrevista publicada há um par de anos, em que referia a impossibilidade de organizar eventos não-subsidiados nesse espaço, devido ao elevado custo/espectador decorrente do elevado preço do aluguer do espaço e do reduzido número de lugares.
Os pseudo-despreconceituosos são, notoriamente, uma classe provinda do ambiente politicamente correcto. Afirmam-se contra qualquer forma de discriminação, cultural ou outra, mas praticam-na em quem não pensa de forma idêntica.
Como curiosidade, experimentem passar de fato e gravata, de traje académico, ou mesmo de sapatinho de vela, em certos espaços onde predominem pessoas que se afirmem a favor da liberdade de vestir a seu bel-prazer, sem quaisquer condicionantes sociais. Não se arrependerão, acreditem.
Ora bem, esta tipologia tem o hábito de olhar de lado para tudo o que cheire a cultura académica não-não-convencional, num esquema mental idêntico ao atrás referido.
Os proxenetas anticapital são uma classe curiosa, pois para explorarem melhor os artistas – entre estes, as tunas – apregoam uma espécie do nacional-porreirismo, em que o porreirismo é dos artistas e o nacional é a sua “nacionalização” do trabalho dos outros. Um pouco como aquela malta que vende bonecos a favor de uma qualquer causa das criancinhas, dando 50% do dinheiro arrecadado para as ditas e guardando o restante; malta simpática, esta que cobra 50% de comissão em causas sociais…
Guardei para o fim uma malta engraçada, os gestores de espaços culturais públicos só para alguns. Vieram-me à lembrança por causa de duas salas de espectáculo outrora muito queridas pelas tunas.
Lembro-me dos festivais de tunas no Theatro Circo, em Braga, que enchiam e animavam o local, antes da remodelação. O que se passou? O aluguer do espaço ficou proibitivo? Leva muito menos gente do que antes? Foi essa a razão de as tunas terem passado para o Parque de Exposições? Ou o preço do aluguer só é proibitivo porque “as tunas não se adequam à tipologia do espaço”?
E o TAGV (Teatro ACADÉMICO Gil Vicente), em Coimbra, cuja programação é tudo menos académica? Já foi mau não permitirem espectáculos de tunas, mas impedirem a realização do Sarau Académico da Queima do ano passado nesse espaço, é demais. O evento mais académico de todos, em que diversos grupos da academia se apresentavam em alegria pura, não se pôde realizar no local. Isto passa pela cabeça de alguém?
Não tarda, proíbem a TUP de organizar o FITU no Coliseu do Porto, mesmo tendo o Orfeão ajudado na nobre tarefa de salvar o espaço das garras da IURD.
Já não há pachorra!!!
Tiago Alegre
Os proxenetas anticapital são uma classe curiosa, pois para explorarem melhor os artistas – entre estes, as tunas – apregoam uma espécie do nacional-porreirismo, em que o porreirismo é dos artistas e o nacional é a sua “nacionalização” do trabalho dos outros. Um pouco como aquela malta que vende bonecos a favor de uma qualquer causa das criancinhas, dando 50% do dinheiro arrecadado para as ditas e guardando o restante; malta simpática, esta que cobra 50% de comissão em causas sociais…
Guardei para o fim uma malta engraçada, os gestores de espaços culturais públicos só para alguns. Vieram-me à lembrança por causa de duas salas de espectáculo outrora muito queridas pelas tunas.
Lembro-me dos festivais de tunas no Theatro Circo, em Braga, que enchiam e animavam o local, antes da remodelação. O que se passou? O aluguer do espaço ficou proibitivo? Leva muito menos gente do que antes? Foi essa a razão de as tunas terem passado para o Parque de Exposições? Ou o preço do aluguer só é proibitivo porque “as tunas não se adequam à tipologia do espaço”?
E o TAGV (Teatro ACADÉMICO Gil Vicente), em Coimbra, cuja programação é tudo menos académica? Já foi mau não permitirem espectáculos de tunas, mas impedirem a realização do Sarau Académico da Queima do ano passado nesse espaço, é demais. O evento mais académico de todos, em que diversos grupos da academia se apresentavam em alegria pura, não se pôde realizar no local. Isto passa pela cabeça de alguém?
Não tarda, proíbem a TUP de organizar o FITU no Coliseu do Porto, mesmo tendo o Orfeão ajudado na nobre tarefa de salvar o espaço das garras da IURD.
Já não há pachorra!!!
Tiago Alegre
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Uma Pequena Fita Para Vós
Para comemorar um mês de conversa fiada, fizemos uma pequena fita dedicada a todos vós.
Esperemos que gostem, pois deu-nos um trabalhão dos diabos e à conta disso estivemos mais de uma semana sem aqui escrever nada. É mentira mas não interessa.
Vamos lá a clicar no título abaixo.
A Noite Nem Sempre Bela
↑
Isto é o
título.
↑
Isto é só um
fotograma
da fita.
Gratos pela preferência.
Marcelo Trintão
Esperemos que gostem, pois deu-nos um trabalhão dos diabos e à conta disso estivemos mais de uma semana sem aqui escrever nada. É mentira mas não interessa.
Vamos lá a clicar no título abaixo.
A Noite Nem Sempre Bela
↑
Isto é o
título.
↑
Isto é só um
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da fita.
Gratos pela preferência.
Marcelo Trintão
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Sinais dos tempos…
Ainda me lembro…
Aos anos…
Havias de ver…
Aquilo é que era…
Nem imaginas…
Antigamente é que era bom…
De quando em vez, dou por mim a proferir ditos destes em ambiente de tuna. De mal, nada terá – direis vós, considerando a minha provecta idade tunística.
Sei que são expressões estafadas, mas trazem água no bico se analisarmos o contexto em que as uso. Um dos momentos em que tal sucede é em festivais com o prémio tuna + tuna. Diversas tunas participantes nestes eventos apresentam o hábito – que não se verificava por sistema há uns anos – de tocar na área social da instalação cultural enquanto decorre a actuação das restantes no palco “oficial”.
À partida, isto não traria qualquer problema se não se verificassem uns quantos pormenores:
1. Por vezes, o volume de som que produzem ouve-se na sala de espectáculo, dando um efeito de estereofonia esquizofrénica aos espectadores, que passam a ouvir duas actuações numa só;
2. Tocam apenas e durante as actuações das tunas concorrentes e arrumam os instrumentos logo após a votação do júri;
3. Fazem uma rodinha, parecendo tocar apenas para si;
4. Têm a indelicadeza de não esperar que outros ajuntamentos terminem de tocar, transformando uma eventual desgarrada numa guerra surda;
5. Os elementos destas tunas, por hábito, não se misturam musicalmente com outros tunos, a não ser para mostrar que tocam melhor que essoutros;
6. Para corolário, estas pessoas ainda conseguem, sem ver a actuação doutras tunas, refilar por causa da atribuição “injusta” de uma estatueta.
Não questiono quem toca na área social, pois também o faço amiúde. Questiono, sim, quem o faz marimbando-se literalmente nos outros e sem procurar a convivência com as restantes tunas.
Felizmente, estas práticas, apesar de muito difundidas, não estão totalmente generalizadas, o que permite ir revivendo a tal época (decerto muito naïf) em que se viam ajuntamentos de elementos de várias tunas em verdadeiro convívio musical… e sem incomodar quem actuava em palco.
Aos anos…
Havias de ver…
Aquilo é que era…
Nem imaginas…
Antigamente é que era bom…
De quando em vez, dou por mim a proferir ditos destes em ambiente de tuna. De mal, nada terá – direis vós, considerando a minha provecta idade tunística.
Sei que são expressões estafadas, mas trazem água no bico se analisarmos o contexto em que as uso. Um dos momentos em que tal sucede é em festivais com o prémio tuna + tuna. Diversas tunas participantes nestes eventos apresentam o hábito – que não se verificava por sistema há uns anos – de tocar na área social da instalação cultural enquanto decorre a actuação das restantes no palco “oficial”.
À partida, isto não traria qualquer problema se não se verificassem uns quantos pormenores:
1. Por vezes, o volume de som que produzem ouve-se na sala de espectáculo, dando um efeito de estereofonia esquizofrénica aos espectadores, que passam a ouvir duas actuações numa só;
2. Tocam apenas e durante as actuações das tunas concorrentes e arrumam os instrumentos logo após a votação do júri;
3. Fazem uma rodinha, parecendo tocar apenas para si;
4. Têm a indelicadeza de não esperar que outros ajuntamentos terminem de tocar, transformando uma eventual desgarrada numa guerra surda;
5. Os elementos destas tunas, por hábito, não se misturam musicalmente com outros tunos, a não ser para mostrar que tocam melhor que essoutros;
6. Para corolário, estas pessoas ainda conseguem, sem ver a actuação doutras tunas, refilar por causa da atribuição “injusta” de uma estatueta.
Não questiono quem toca na área social, pois também o faço amiúde. Questiono, sim, quem o faz marimbando-se literalmente nos outros e sem procurar a convivência com as restantes tunas.
Felizmente, estas práticas, apesar de muito difundidas, não estão totalmente generalizadas, o que permite ir revivendo a tal época (decerto muito naïf) em que se viam ajuntamentos de elementos de várias tunas em verdadeiro convívio musical… e sem incomodar quem actuava em palco.
Sinais dos tempos…
Romeu Sereno
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Quarentuna, Tuna de Veteranos, Tuna Antiga ou Antigos Tunos
É à escolha. Tudo isto são carapuças que servem nas cabeças não de muito boa gente mas de gente muito boa. Aqui está uma excelente ideia para a malta que já sente os anos a pesar e a peluda a chegar…
A Tuna de Veteranos de Viana do Castelo organiza, nos dias 02 e 03 de Maio de 2008, o 1.º Certame Internacional de Quarentunas de Viana do Castelo. Este é o décimo segundo evento do género realizado a nível internacional e o primeiro no nosso país.
Entrem aqui para saber mais: http://www.tunadeveteranos.com/.
Romeu Sereno
A Tuna de Veteranos de Viana do Castelo organiza, nos dias 02 e 03 de Maio de 2008, o 1.º Certame Internacional de Quarentunas de Viana do Castelo. Este é o décimo segundo evento do género realizado a nível internacional e o primeiro no nosso país.
Entrem aqui para saber mais: http://www.tunadeveteranos.com/.
Romeu Sereno
Importa-se de Repetir?
Amigos, desculpem-me, mas não resisti…
Isto não é sobre tunas, mas esta senhora quase parece um apresentador manhoso; como um que, num espectáculo em que actuei, abriu a bocarra e proferiu: “Já de seguida, vamos ter o Grupo Tuna”.
“(…) Tem miúdos que levam canivetes, tem casos de alunos que levam a espingarda do pai que é caçador. Tem um conjunto de casos muito variados.”
ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337487&visual=26
Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, desvalorizando a existência de armas nas escolas.
Muito bom. A minha alma está parva e as dos miúdos que vão caçar gambozinos para as escolas com a caçadeira dos pais também devem estar.
Aliás, aqueles grupos de jovens da paróquia que pregam o bem na saída de algumas escolas levam caçadeiras para ensinar os mais novos a caçar no pátio da escola. Além de terem canivetes nos bolsos para fazer esculturas de madeira no intervalo das aulas.
“Dá-me a caçadeira já!”
Tiago Alegre
Isto não é sobre tunas, mas esta senhora quase parece um apresentador manhoso; como um que, num espectáculo em que actuei, abriu a bocarra e proferiu: “Já de seguida, vamos ter o Grupo Tuna”.
“(…) Tem miúdos que levam canivetes, tem casos de alunos que levam a espingarda do pai que é caçador. Tem um conjunto de casos muito variados.”
ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337487&visual=26
Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, desvalorizando a existência de armas nas escolas.
Muito bom. A minha alma está parva e as dos miúdos que vão caçar gambozinos para as escolas com a caçadeira dos pais também devem estar.
Aliás, aqueles grupos de jovens da paróquia que pregam o bem na saída de algumas escolas levam caçadeiras para ensinar os mais novos a caçar no pátio da escola. Além de terem canivetes nos bolsos para fazer esculturas de madeira no intervalo das aulas.
“Dá-me a caçadeira já!”
Tiago Alegre
quinta-feira, 3 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
De Final de Março a Final de Junho
Eventos com Tunas
– Desculpem-nos a definição nos gráficos apresentados, mas foi o possível. –
Por mero acaso, ao consultarmos a Agenda do PortugalTunas, deparámos com umas pequenas curiosidades relativas à distribuição dos eventos com tunas no período que medeia de final de Março a final de Junho. Decidimos pôr mãos à obra e fomos ver como andava a dispersão cronológica e geográfica destes acontecimentos.
Em relação à unidade de medida cronológica das tunas, achámos por bem redefinir as bases e em vez de dias, semanas ou meses, optámos por criar uma semana de cinco dias, a começar na quarta-feira e a terminar ao domingo. Curiosamente, apesar de deixarmos as segundas e terças-feiras de parte, durante este período, nenhum evento ficou por contabilizar. Ou seja, a unidade de tempo definida parece estar adequada à realidade.
Naturalmente que os dados apresentados não devem ser extrapolados para o conjunto da época académica. O prazo escolhido deveu-se apenas à procura de actualidade e a serem os dados disponíveis até ao final do ano académico.
Apresentamos, então, dois pequenos gráficos, baseados apenas nos dados recolhidos na Agenda do sítio PortugalTunas no dia 25 de Março de 2008.
Dispersão Cronológica Segundo o Tipo de Evento
Nota: Considere-se que, quando referenciamos, por exemplo, eventos de tunas femininas, isso se refere à tipologia do evento que não a apenas actuarem tunas femininas.
Dispersão Geográfica do Número de Eventos
Nota: Os distritos das regiões autónomas foram agrupados por região.
Competição em Eventos de Tunas
Dados adicionais
Nos dados de base, reconhecem-se alguns pormenores interessantes.
O distrito do Porto surge destacado como o mais realizador neste período, com Lisboa em segundo lugar e Setúbal em terceiro.
Sempre que há eventos numa semana tunística, o Porto organiza pelo menos um evento até à data de 30 de Abril, quando decorre o último referenciado neste distrito.
Considerando o universo apresentado, a Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico (TUIST) tem o condão de surgir como participante na organização de três eventos em apenas mês e meio.
Como curiosidade, registe-se que o Algarve acolheu dois dos seus três eventos na mesma semana tunística. Neste período, Beja, Açores e Madeira não apresentam eventos referenciados.
Em relação à natureza dos eventos (segundo a existência de competição), é de notar que os eventos competitivos representam três quartos dos realizados.
Espero que tirem as vossas conclusões. Nós tiraremos as nossas…
Romeu Sereno
– Desculpem-nos a definição nos gráficos apresentados, mas foi o possível. –
Por mero acaso, ao consultarmos a Agenda do PortugalTunas, deparámos com umas pequenas curiosidades relativas à distribuição dos eventos com tunas no período que medeia de final de Março a final de Junho. Decidimos pôr mãos à obra e fomos ver como andava a dispersão cronológica e geográfica destes acontecimentos.
Em relação à unidade de medida cronológica das tunas, achámos por bem redefinir as bases e em vez de dias, semanas ou meses, optámos por criar uma semana de cinco dias, a começar na quarta-feira e a terminar ao domingo. Curiosamente, apesar de deixarmos as segundas e terças-feiras de parte, durante este período, nenhum evento ficou por contabilizar. Ou seja, a unidade de tempo definida parece estar adequada à realidade.
Naturalmente que os dados apresentados não devem ser extrapolados para o conjunto da época académica. O prazo escolhido deveu-se apenas à procura de actualidade e a serem os dados disponíveis até ao final do ano académico.
Apresentamos, então, dois pequenos gráficos, baseados apenas nos dados recolhidos na Agenda do sítio PortugalTunas no dia 25 de Março de 2008.
Dispersão Cronológica Segundo o Tipo de Evento
Nota: Considere-se que, quando referenciamos, por exemplo, eventos de tunas femininas, isso se refere à tipologia do evento que não a apenas actuarem tunas femininas.
Dispersão Geográfica do Número de Eventos
Nota: Os distritos das regiões autónomas foram agrupados por região.
Competição em Eventos de Tunas
Dados adicionais
Nos dados de base, reconhecem-se alguns pormenores interessantes.
O distrito do Porto surge destacado como o mais realizador neste período, com Lisboa em segundo lugar e Setúbal em terceiro.
Sempre que há eventos numa semana tunística, o Porto organiza pelo menos um evento até à data de 30 de Abril, quando decorre o último referenciado neste distrito.
Considerando o universo apresentado, a Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico (TUIST) tem o condão de surgir como participante na organização de três eventos em apenas mês e meio.
Como curiosidade, registe-se que o Algarve acolheu dois dos seus três eventos na mesma semana tunística. Neste período, Beja, Açores e Madeira não apresentam eventos referenciados.
Em relação à natureza dos eventos (segundo a existência de competição), é de notar que os eventos competitivos representam três quartos dos realizados.
Espero que tirem as vossas conclusões. Nós tiraremos as nossas…
Romeu Sereno
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segunda-feira, 24 de março de 2008
Ironia e Capas
Este mundo das tunas e dos tunos precisa de uma certa ironia, tal como outro mundo qualquer. Ironia, essa, que convém servir em doses comedidas para não fazer mal a algumas barrigas, nomeadamente à nossa. Daí que, por vezes, a devamos provar; o que fizemos na porção adequada. Provámos e gostámos. Mas se calhar o picante será a mais para quem não é indiano.
É a segunda referência a indianos, mas como não somos politicamente correctos…
Parece singular que, apesar de capistas, consigamos ter uma visão não acrítica do uso da capa.
Marcelo Trintão
É a segunda referência a indianos, mas como não somos politicamente correctos…
Parece singular que, apesar de capistas, consigamos ter uma visão não acrítica do uso da capa.
Marcelo Trintão
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Tunos&Tunas
Para que poderá servir um blogue sobre tunos e/ou tunas?
Bom… para muitas coisas.
Em primeiro lugar, poderá servir para falar sobre aspectos históricos bem fundamentados em investigação realizada por pessoas não apenas interessadas no assunto, mas com credibilidade ganha no terreno. Ou seja, poderá contribuir para o bem-comum por via da criação de estruturas mentais colectivas organizadas que nos ajudem a enquadrar a nossa actuação no respeito pela herança comum de tunos. Para isto, existem no mercado outras ofertas, de qualidade, e não nos cabe a nós essa tarefa hercúlea e fundamental.
Uma segunda opção é a de fazer um jornal de parede a dizer mal dos tunos e das tunas, numa lógica niilista de em nada acreditar e de nada construir. Neste caso, já cá temos a maioria da comunicação social, composta por muitas pessoas com a mesma visão do mundo, para quem tudo é passível de desconstrução. E já fazem um belo papel…
Como terceira hipótese, temos a do blogue na primeira pessoa, em que discorremos sobre estas coisas do ponto de vista meramente emocional, contando como era bonita a música que toquei com o Manuel João, saboroso o presunto que comi com o José Francisco ou espectacular o ambiente da minha tuna. Estas situações já são bem relatadas em vários blogues pessoais e de várias tunas.
O que nos resta? Fica a alternativa de criar um espaço em que a memória de pequenas coisas da vida diária do tuno e da tuna não desapareça na voragem dos tempos; não com a preocupação da perspectiva histórica, mas com o intuito de mostrar o colorido de alguns momentos que, apesar de pessoais, são parte do imaginário colectivo de vários de nós. A isto se acrescentam diversas peças com pensamentos despretensiosos, visando, tão só, mostrar perspectivas que por vezes nos escapam à primeira olhadela.
Mas tudo encarado com alguma bonomia, e muito mais respeito pelo que é ser tuno ou ser tuna do que muitos julgarão nessa olhadela.
Como dizia o Pinheiro de Azevedo: “Isto é só fumaça. Calma que o Povo é sereno! O Povo é sereno!”.
Bom… para muitas coisas.
Em primeiro lugar, poderá servir para falar sobre aspectos históricos bem fundamentados em investigação realizada por pessoas não apenas interessadas no assunto, mas com credibilidade ganha no terreno. Ou seja, poderá contribuir para o bem-comum por via da criação de estruturas mentais colectivas organizadas que nos ajudem a enquadrar a nossa actuação no respeito pela herança comum de tunos. Para isto, existem no mercado outras ofertas, de qualidade, e não nos cabe a nós essa tarefa hercúlea e fundamental.
Uma segunda opção é a de fazer um jornal de parede a dizer mal dos tunos e das tunas, numa lógica niilista de em nada acreditar e de nada construir. Neste caso, já cá temos a maioria da comunicação social, composta por muitas pessoas com a mesma visão do mundo, para quem tudo é passível de desconstrução. E já fazem um belo papel…
Como terceira hipótese, temos a do blogue na primeira pessoa, em que discorremos sobre estas coisas do ponto de vista meramente emocional, contando como era bonita a música que toquei com o Manuel João, saboroso o presunto que comi com o José Francisco ou espectacular o ambiente da minha tuna. Estas situações já são bem relatadas em vários blogues pessoais e de várias tunas.
O que nos resta? Fica a alternativa de criar um espaço em que a memória de pequenas coisas da vida diária do tuno e da tuna não desapareça na voragem dos tempos; não com a preocupação da perspectiva histórica, mas com o intuito de mostrar o colorido de alguns momentos que, apesar de pessoais, são parte do imaginário colectivo de vários de nós. A isto se acrescentam diversas peças com pensamentos despretensiosos, visando, tão só, mostrar perspectivas que por vezes nos escapam à primeira olhadela.
Mas tudo encarado com alguma bonomia, e muito mais respeito pelo que é ser tuno ou ser tuna do que muitos julgarão nessa olhadela.
Como dizia o Pinheiro de Azevedo: “Isto é só fumaça. Calma que o Povo é sereno! O Povo é sereno!”.
Romeu Sereno
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Festivais de Tunas e Outras “Produções Fictícias”
Estava eu a passear no passado domingo, enquanto ouvia, do meio-dia à uma, a TSF. A rádio da informação apresenta, neste período, o compacto das peças humorísticas que passa durante a semana.
Isto nem de propósito. O “Tubo de Ensaio”, do Bruno Nogueira, de segunda-feira apresentava uma rábula sobre o Tágides (Festival de Tunas de Almada).
Das duas uma, ou ele esteve no dito evento ou viu imagens em qualquer lado, pelo menos assim parece. De qualquer modo, a crítica humorística em causa não prima por uma graça extrema, excepto na parte em que ele diz que se sente mais alto.
A ouvir, apesar de ser mais do mesmo: tunos bêbados e folclore do traje.
É por isto que são só tiros nos pés as ligações das tunas ao mercado publicitário, Super Bock e Tagus incluídas…
Para quem queira ouvir, entre em www.tsf.pt/online/radio/index.asp?pagina=Arquivo e aceda ao “Tubo de Ensaio” de 17 de Março 08.
Tiago Alegre
Isto nem de propósito. O “Tubo de Ensaio”, do Bruno Nogueira, de segunda-feira apresentava uma rábula sobre o Tágides (Festival de Tunas de Almada).
Das duas uma, ou ele esteve no dito evento ou viu imagens em qualquer lado, pelo menos assim parece. De qualquer modo, a crítica humorística em causa não prima por uma graça extrema, excepto na parte em que ele diz que se sente mais alto.
A ouvir, apesar de ser mais do mesmo: tunos bêbados e folclore do traje.
É por isto que são só tiros nos pés as ligações das tunas ao mercado publicitário, Super Bock e Tagus incluídas…
Para quem queira ouvir, entre em www.tsf.pt/online/radio/index.asp?pagina=Arquivo e aceda ao “Tubo de Ensaio” de 17 de Março 08.
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quinta-feira, 20 de março de 2008
As Capas e os Seus Donos
Os engomadinhos, os coronéis, os javardolas, os pintarolas e os “à antiga”.
Ora bem. Vamos a isto.
Uma miúda que conheço disse-me, um dia, que distinguia a pessoa que estava debaixo da capa e batina pelos sapatos, pois que tudo o resto era igual. Em parte terá razão, mas eu vejo os capistas, em especial os tunos, pela forma como usam a… c-a-p-a.
Se passarmos à frente da questão geográfica, que também influencia a forma de usar o manto académico, restam-nos alguns pormenores para conhecer com quem deparamos.
Os engomadinhos. Estes meninos da mamã fazem-me lembrar o personagem do livro homónimo da colecção do Lucky Luke, mas sem a fleuma britânica dessa figura que chega de comboio ao Oeste provindo da costa atlântica dos EUA. A capa extremamente bem dobrada, algumas vezes passada a ferro e vincada, é sinal de que a mamã ainda lhes diz como ficam tão bem, de traje, nas fotografias de família. O gozo que dá desalinhar-lhes a capa nem que seja um milímetro é indizível.
Os coronéis. Estes oficiais fazem-me lembrar aquela malta que coleccionava latas de gasosa e de cerveja quando eu era miúdo. Eu passei de autocarro em Freixo de Espingarda às Costas (piada antiga sem piadinha nenhuma) e por isso tenho o brasão da junta de freguesia vizinha, pois já não havia o daquela. É como se fossem medalhas conquistadas na guerra.
Os javardolas. Apõem tudo na capa, Chegam ao ponto de pendurar preservativos usados, demonstrando que também conseguem produzir sémen e estão abertos à contratação como cobridores de vacas. Vomitam-lhe para cima, de propósito, limpam a sanita com ela e ainda a usam para toalha de mesa (como alguns dementes que o fazem com a bandeira nacional). Fazem-me lembrar alguns habitantes da Índia com o seu paninho pendurado ao ombro que serve para tudo. Quem conhecer, perceberá a comparação.
Os pintarolas. Usam a capa com estilo: ora quase arrastando a dita pelo chão com ar négligé, ora traçando-a de colarinho à mostra, ora passando-a por cima da miúda do lado por que estará com frio numa tarde de Verão em Sevilha, ora esquecendo-se dela em cima da coluna da discoteca, porque atrapalha e não dá para dançar com ar cool.
Os “à antiga”. A capa é o bem mais precioso do mundo e nunca larga a batina. E esta nunca larga o corpo. Na mesma tarde de Sevilha, vão parar ao hospital com uma desidratação gigantesca, mas adormecem com o soro num braço e a capa no outro. Os emblemas só surgirão à mostra se forem em número minimalista e como que por acaso.
No meu caso, poderei dizer que, tal como qualquer tipo com a mania que é pós-moderno, tenho um estilo próprio e não me enquadro em nenhuma categoria destas…
Pretensiosismo de autor de blogue, apenas.
Marcelo Trintão
Ora bem. Vamos a isto.
Uma miúda que conheço disse-me, um dia, que distinguia a pessoa que estava debaixo da capa e batina pelos sapatos, pois que tudo o resto era igual. Em parte terá razão, mas eu vejo os capistas, em especial os tunos, pela forma como usam a… c-a-p-a.
Se passarmos à frente da questão geográfica, que também influencia a forma de usar o manto académico, restam-nos alguns pormenores para conhecer com quem deparamos.
Os engomadinhos. Estes meninos da mamã fazem-me lembrar o personagem do livro homónimo da colecção do Lucky Luke, mas sem a fleuma britânica dessa figura que chega de comboio ao Oeste provindo da costa atlântica dos EUA. A capa extremamente bem dobrada, algumas vezes passada a ferro e vincada, é sinal de que a mamã ainda lhes diz como ficam tão bem, de traje, nas fotografias de família. O gozo que dá desalinhar-lhes a capa nem que seja um milímetro é indizível.
Os coronéis. Estes oficiais fazem-me lembrar aquela malta que coleccionava latas de gasosa e de cerveja quando eu era miúdo. Eu passei de autocarro em Freixo de Espingarda às Costas (piada antiga sem piadinha nenhuma) e por isso tenho o brasão da junta de freguesia vizinha, pois já não havia o daquela. É como se fossem medalhas conquistadas na guerra.
Os javardolas. Apõem tudo na capa, Chegam ao ponto de pendurar preservativos usados, demonstrando que também conseguem produzir sémen e estão abertos à contratação como cobridores de vacas. Vomitam-lhe para cima, de propósito, limpam a sanita com ela e ainda a usam para toalha de mesa (como alguns dementes que o fazem com a bandeira nacional). Fazem-me lembrar alguns habitantes da Índia com o seu paninho pendurado ao ombro que serve para tudo. Quem conhecer, perceberá a comparação.
Os pintarolas. Usam a capa com estilo: ora quase arrastando a dita pelo chão com ar négligé, ora traçando-a de colarinho à mostra, ora passando-a por cima da miúda do lado por que estará com frio numa tarde de Verão em Sevilha, ora esquecendo-se dela em cima da coluna da discoteca, porque atrapalha e não dá para dançar com ar cool.
Os “à antiga”. A capa é o bem mais precioso do mundo e nunca larga a batina. E esta nunca larga o corpo. Na mesma tarde de Sevilha, vão parar ao hospital com uma desidratação gigantesca, mas adormecem com o soro num braço e a capa no outro. Os emblemas só surgirão à mostra se forem em número minimalista e como que por acaso.
No meu caso, poderei dizer que, tal como qualquer tipo com a mania que é pós-moderno, tenho um estilo próprio e não me enquadro em nenhuma categoria destas…
Pretensiosismo de autor de blogue, apenas.
Marcelo Trintão
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Uma Cervejola P’ra Ver a Bola
No outro dia, fui ver um festival em Alcáçovas de Baixo. Naquele teatro a caminho da bomba de gasolina, à direita de quem vai e à esquerda de quem vem.
Parece que os que tocaram melhor se ficaram pelo terceiro lugar, pois aqueceram o público tanto como o Represas me aquece a mim. Ou seja, nada.
Os gajos com a actuação mais fixe, mais completa, não ganharam e os da tuna mais conhecida acabaram por ganhar sem saberem como nem porquê.
Venha de lá uma cervejola p’ra ver a bola, sempre ajuda a aguentar…
Tiago Alegre
Parece que os que tocaram melhor se ficaram pelo terceiro lugar, pois aqueceram o público tanto como o Represas me aquece a mim. Ou seja, nada.
Os gajos com a actuação mais fixe, mais completa, não ganharam e os da tuna mais conhecida acabaram por ganhar sem saberem como nem porquê.
Venha de lá uma cervejola p’ra ver a bola, sempre ajuda a aguentar…
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quarta-feira, 19 de março de 2008
Falsos Profetas?
Tal como noutras religiões, também nesta coisa das tunas existem diversas tendências. Os profetas ou os líderes religiosos podem dar origem a diferentes correntes, o que não impede a pertença à mesma religião…
Mas, tal como sunitas e xiitas se dão de forma carinhosa, a praxis no relacionamento entre correntes de tunas começa a percorrer caminhos movediços.
Se, por um lado, é justificável que se diligencie pela protecção da tradição, por outro, torna-se paradoxal a busca desta quimera, pois os próprios limites do que é tradicional, ou não, são algo difusos.
Numa fase em que o movimento tunístico português vem emagrecendo, esta procura de regresso à tuna dita tradicional poderá ser muito positiva ou, pelo contrário, gravemente contraproducente, na medida em que torna esparsos os esforços de consolidação deste fenómeno social.
Serão falsos os profetas?
Quem sabe, talvez sejam os arautos de uma era dourada para as tunas portuguesas.
Romeu Sereno
Mas, tal como sunitas e xiitas se dão de forma carinhosa, a praxis no relacionamento entre correntes de tunas começa a percorrer caminhos movediços.
Se, por um lado, é justificável que se diligencie pela protecção da tradição, por outro, torna-se paradoxal a busca desta quimera, pois os próprios limites do que é tradicional, ou não, são algo difusos.
Numa fase em que o movimento tunístico português vem emagrecendo, esta procura de regresso à tuna dita tradicional poderá ser muito positiva ou, pelo contrário, gravemente contraproducente, na medida em que torna esparsos os esforços de consolidação deste fenómeno social.
Serão falsos os profetas?
Quem sabe, talvez sejam os arautos de uma era dourada para as tunas portuguesas.
Romeu Sereno
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segunda-feira, 17 de março de 2008
Mensagem de Abertura
Seja bem-vindo quem vier por bem.
A loucura instalou-se nesta câmara escura a que chamam cérebro e ditou que era chegado o momento. São memórias de muitos transformadas, neste espaço, em textos corridos. Mas como a memória é uma construção nem sempre bem fundada na apreciação objectiva do real, assume-se aqui essa subjectividade. A construção da verdade cansa, pois que toda a verdade é construída para os olhos de quem lê e dá algum trabalho fazê-lo. Assim, o reflexo do reflexo reflecte-se a si próprio, numa ilusão de que não se conhece a fonte, criando um universo sem referências a não ser aquelas que se introduzem no jogo.
É a face lúdica da escrita a sobrepor-se à consistência, pois tentar manter infinitamente a coerência torna-se penoso.
Parece bem, a esta distância. Ver-se-á o que aí vem…
A loucura instalou-se nesta câmara escura a que chamam cérebro e ditou que era chegado o momento. São memórias de muitos transformadas, neste espaço, em textos corridos. Mas como a memória é uma construção nem sempre bem fundada na apreciação objectiva do real, assume-se aqui essa subjectividade. A construção da verdade cansa, pois que toda a verdade é construída para os olhos de quem lê e dá algum trabalho fazê-lo. Assim, o reflexo do reflexo reflecte-se a si próprio, numa ilusão de que não se conhece a fonte, criando um universo sem referências a não ser aquelas que se introduzem no jogo.
É a face lúdica da escrita a sobrepor-se à consistência, pois tentar manter infinitamente a coerência torna-se penoso.
Parece bem, a esta distância. Ver-se-á o que aí vem…
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